sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O ciclo da água

Escorrega no plano do vidro como se brincasse de escorrega num parque de diversões efêmeras. Sinto seu cheiro à misturar com o cheiro de terra e lembro do barro que se forma no meu tênis e as gostas que gelam minhas canelas. Mas com canelas em chá me faço quente e não posso mais incomodar-me com a chuva, quem a invade sou eu, não ela. Afinal o espaço de quem é? É dela, que cria o sapateado da Mãe nos tetos dos pais.
Com doces rajadas sopra ao meu ouvido os segredos dos dias da leitura, e encanta-me com suas histórias das infinitas passagens pelo vapor etéreo que logo se faz chuva e se faz chover e até que muitas vezes se fez lágrima e se fez chorar a alegria e se fez chorar a tristeza, o importante é que fez tornar ao seu e tornar à terra onde por fim nunca descansa.
E eu a escuto de olhares suspirantes e suspiros encantados de ver a gota que escorre no vidro e volta pro chão pra tornar ao céu e para sempre ir e voltar como faz meu humor para enfim fazer minh'Alma.

brudancini


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