quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Escrevo como danças...
Dicas: Livros
Dicas: Filmes
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
A fabulosa história do dia em que eu morri
sábado, 15 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Quando eu me entrego à leitura, meu mundo muda de cor. As paredes somem e eu tenho liberdade pra ir onde quiser. Mas sabe, não é qualquer livro que te proporciona isso. Alguns livros simplesmente te carregam para outro lugar sem o menor esforço. Pseudo-escritora de crônicas, estudante de Letras, eu, fico aqui imaginando quando é que serei aeroporto de mil viagens para leitores que se maravilharão com as descrições dos lugares mais incríveis da minha cabeça?
Volto pro meu paraíso particular, me dando vento no rosto que não existe. Você diz que estou sentada na cadeira do meu trabalho. Eu te digo que estou viajando, Inglaterra? Seria a Australia? Só eu posso determinar. A magia é minha, basta saber usar.
brudancini
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Um filme de você
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Só pode ser mania de mulher
Cada vez mais, vejo que sou mais coisa do que gente. Gente que vejo por aí? Que não te dá a mão se você cai. Gente que te empurra pra entrar num ônibus sendo que os dois ficarão de pé. Gente, gente que é multidão de solitários? Ah não, não quero ser gente. Tem toda essa gente bonita que esquece da cabeça, toda essa gente pensante que esquece do carinho, toda essa gente carinhosa que se aliena. Não, pra que ser gente? É pra falar? Só se for pra escrever. Porque de tudo que falamos, é tudo prova que somos gente, essa gente egoísta de toda a gente. Essa gente toda cheia de coisa e com pouco sentimento. Pra que tanta coisa? Quando é que vai começar a se decompor? Não, assim não dá. Eu sou coisa. Coisa que nem cachorro. Cachorro que não tem nada. Mas ajuda, salva, ama, sou tipo cachorro que pensa. Que chora num minuto e dois minutos depois abraça. Sou tipo pinguim, que vive a vida toda por um amor. Sou tipo tartaruga que atravessa o oceano todo pra encontrar os pais. Mas gente, isso não sou!
brudancini
Deitada na cama dele como se fosse sua, shorts largo, cabelo bagunçado, cara limpa. Olhava pra ele com um ar que nem conhecia. Eu apenas o observava. Cada um dos fios bagunçados de seu cabelo. A pele branca e a barba recém-feita que ainda deixava marca. E ria, e ele me jogava da cama como criança, e ria. E era uma criança adulta, era corpo de mulher e riso de menina. Olhos estreitos enrugadinhos de rir. E eu disse que faria uma crônica sobre a pizza, e ele poetizou brincando, fingindo que não sabia de nada, mas as palavras mais bobas dele eram poesia no meu ouvido. Nós poderíamos fazer qualquer coisa inútil do mundo e seria o paraíso. Ficar deitados dormindo ouvindo a chuva. Eu não dormia, sentia o cheiro da sua pele recém banhada. Sonhei acordada. Era eu e você e mais ninguém, e nossa casa. E eu via eu e você brincando para sempre, você me perseguindo pra me jogar no chão e me dar um beijo macio como são só os teus. Quem é você que me tira a rotina mesmo se fizermos a mesma coisa todos os dias? Quem é você colocando tudo que eu nem sabia que estava bagunçado, no lugar que agora parece perfeitamente certo? E eu que descubro, nem sabia o que era alegria antes de rir com seu beijo de bebê sapeca. Que é que a palavra amor diz? Eu acho que não diz nada. Porque bem antes de ouvir essa palavra de você, eu já tinha certeza de que era algo muito maior que acontecia. Tem uma musiquinha de toque macio, tenho sorte por amar meu melhor amigo. Tenho sorte do meu melhor amigo ser o meu amor. E a pizza cadê? Nós dois montando pizza, o estômago roncando, mas quem disse que a fome consegue ser maior que a vontade de te abraçar? Nada pode. E eu fico aqui como se fosse normal esquecer que se tem qualquer coisa da vida além da sua presença. Todos os outros momentos eu estou pensando nela. Vício. Eu bebo do seu álcool como água de garrafinha. Finjo que não é nada, mas lá no fundo eu sei muito bem que são mudanças profundas e que eu devia ter medo, mas assim como tudo, você mudou até meu medo, escondeu onde eu não encontro, como se ao menos tivesse procurado, pff...
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
After G day
Sobre delicinhas, menores de idade não leiam esse texto, eu acordei apimentada. Todos os tabus à parte, eu sempre achei que o sexo em si era uma coisa superestimada. Depois da terceira vez você fica meio ah, legal, sexo. A maioria das pessoas esquece a melhor parte disso. O jogo das preliminares. É uma coisa de olhares, de beijos quentes. E os arrepios? Esses matam. Já deu vergonha e você tá lendo isso vermelha. Amor, vai ali no canto, reza três pais nossos e volta aqui. As garotas tem o erro de serem extremos. Ou você é uma santa que fica vermelha ao ouvir a palavra pênis ou você é uma bitch que dá água na boca ouvindo a palavra pênis. E onde é que estão as meninas que se reinventam todo dia com seus namorados? Que brincam, seduzem e, principalmente, seduzem todo dia o mesmo cara. Porque seduzir um cara por noite é fácil. Você joga a make, bota aquele corpete e tá uma delícia. E quando você tem que ser sexy de pijama de bolinha? Ou quando ta com a cara toda manchada porque é uma branquela e passou o dia no Sol da praia? Meu bem, essas são as mágicas. Elas sim sabem brincar. Levar ao céu com um olhar. Meu público que me perdoe, mas hoje acordei apimentada. Enfim, voltando as preliminares (aidelicia) é aí que está toda a magia, principalmente pras mulheres, essa é a hora realmente do prazer. E com medo de parecerem vadias as meninas vão logo pro papai e mamãe e perdem toda a diversão. Se joga linda. Curta sua feminilidade, não tenha vergonha de pedir. De fazer. Se você começou, faz bem feito.
brudancini
Eu leio frequentemente textos que falam "esqueça o passado", "viva o futuro", e todas essas mensagens cheias de positividade. E eu sento aqui em frente à mesa do meu estágio, na mesmisse de sempre e fico pensando. Se fosse natural do ser humano esquecer o passado nasceríamos só com a memória recente. Assim como se fosse natural ser feliz o tempo todo não teríamos glandulas lacrimais. Mexi no lenço em torno do meu pescoço meio sufocada ao ler que eu mesma vivo perpetuando essas mentiras fofinhas mundo afora. Ai que cheiro de perfume barato que isso tem! Acorda pra vida meu amor. Ninguém esquece o passado. Seja ele de dois anos, dez anos ou dez dias atrás. O máximo que você pode fazer é se acostumar com ele, aprender as lições e aproveitar as farras que passaram. Querer apagar seu passado apaga o que você. Se joga na realidade amiga
brudancini
Eu dormi pensando nele e acordei pensando nele como faço todos os dias. Eu dormi com uma sensação de perda. A maldita da ervilha debaixo dos mil colchões me cutucava com se fosse o monte Fugi por cima de uma folha de papel machê. Eu fingi que não era nada, me escondi por trás do sono enquanto sabia que ele precisava de mim. O que fazer quando sabe que está uma imprestável? Fiquei ali tentando achar coisa que não existia, dar explicação pro que não precisava me enrolei e dormi sabendo que eu tinha baixado o nível da balança da conquista. É, foi ele quem me ensinou, que todos os dias, antes de dormir, ele põe na balança nossos sentimentos, e o objetivo é que todos os dias eles aumentem. Mas eu nunca fui muito boa com balanças e elas sempre me contrariaram. E dessa vez eu acho que baixei a balança dele, porque eu não tinha como tê-lo conquistado. Fui rabiscando coisas na minha mente, ele desabafava como só conseguia comigo e eu não fiz absolutamente nada. Tive raiva, de mim. Tive ódio de quem, antes de mim, sem que eu pudesse evitar, magoou o coração dele, que horas, era meu! Ah, se eu a visse eu não deixaria barato. Só eu mesma tinha o direito de magoá-lo e ninguém mais. E aí eu dormi um sono sem sonhos, agitado, calor, frio, lençóis que me deixavam maluca enquanto se enroscavam pelas minhas pernas. Mas o que se enroscava mesmo era a raiva. Uma angústia. Será que a história de que se a pessoa amada estava mal, você sentia e ficava pior? Se não era verdade, é melhor eu ir pro médico logo, porque aquela sensação surgida do nada é caso de morte. O nome disso é dor de garganta, pensei. Porque minha garganta dói por não poder gritar no ouvido de uma certa vagabunda que ela não tinha o direito de machucar o meu Clark Kent. Mas para você ser a Louis, sempre tem a vagaba da Lana pelo caminho. Fiquei pensando o que é que eu falo pra ele? Como é que curo algo que nem eu curei em mim até hoje. E eu disse para que ele curasse seus traumas em meus braços, mas eu? Imperfeita e desfeita, como é que faço pra ser como ele merece pra esquecer as experiências ruins? Eu como areia sem saber o que dizer, e ela desce pela minha garganta empurrando as palavras que estavam lá. Como é que eu faço pra te ensinar a confiar no amor, se nem eu bem sei direito?
Bruna Dancini
domingo, 9 de janeiro de 2011
Enjôo
Eu estava com vontade de escrever e de escrever coisas que não eram bonitas. Estava vomitando palavras feias, e olhava no espelho e me via verde. Porque estava empilhando papéis e mais papéis sem sentido, com obrigações, com rabiscos, com algumas lágrimas perdidas, com desconforto, tinha até cólica desenhada naqueles papéis. E o cheiro do meu próprio perfume me enjoava. Estava ali sentada, embaixo de todo aquele papel amarelado. Tinham currículos ali, e eram tantos nomes e atributos hipócritas que me faziam dar voltas e voltas e querer jogar tudo fora. E aquela voz enojada de nariz empinado me oferecia o mundo. O mundo. Mundo vazio, cheio de coisas vazias. Coisas vazias cheias de futilidades. E eu, quase virando um deles, vomitava e vomitava palavras. E eram carros, e marcas e baladas e casas, e restaurantes e festas, e famílias e críticas. E eu não parava de rodar, rodar, rodar. Era tudo muito rápido, que opção eu teria de escolha? Então continuava rodando. E no final eu estava ali, sentada na mesa daquele restaurante, com um salto alto que não combinava comigo, com uma cara enojada e uma voz hipócrita. Criticando a sociedade da qual eu acabara de fazer parte. E ria, ria alto, ria de histeria. Ria de pavor. Que nojo. Aquela mão se insinuava na minha direção e eu queria fugir como doida. E aquela boca falava e quase me fazia jogar aquele copo na cabeça dele. Eu estava totalmente perdida, e fazia parte deles. Todos os sábados aquela balada. Todas as sextas aquele restaurante. E todos os domingos aquela família sem sorrisos.
Sai correndo, entre lágrimas e ele achou que era a falta que me fazia. E se sentiu culpado e escreveu textos e cartas e chorou, correu, gritou. E quanto mais ele vinha atrás mais eu achava que não tinha jeito de fugir daquele mundo. Sentia o cheiro daquele mundo em mim. E todos me perguntavam, porque não sai mais? Não te vimos mais lá. E eu ria, histérica, olhos cansados e maquiados.
E mais uma vez entupi meu rosto de máscaras, e meu corpo de muros, e minha voz de escudos, e saí. Sentei entre amigos me sentindo completamente sozinha. Cheia dos meus péssimos sorrisos falsos, dos meus acenos desanimados. E aí, como já não fazia a menor diferença eu dei papo. E virei um copo, e outro. E sorri mais e sem querer deixei cair minhas máscaras. Procuro feito doida por uma delas, debaixo da mesa? É a de menina popular? Não, droga, ela sumiu! E tento disfarçar, mas elas tinham ido embora todas, alguém roubou. Essas máscaras haviam custado tão caro! E foi, sem máscaras mesmo. O alcool me fazia esquecer do perigo que era andar desprotegida. E continuei oferecendo uma dose de mim, e ele bebia como se gostasse da acidez daquele meu riso que nem era o histérico. E bebeu, bebeu, e em vez de secar, quanto mais ele bebia, mais eu era alcoolica e mais eu era vicio. E uma noite não foi suficiente, e quando vi eu tinha deixado o salto em casa, as máscaras tinha perdido. E todas as minhas proteções estavam longe. Não foi por falta de tentativa, procurei, pedi emprestado, não deu certo. Eu estava ali pra ele nua, de cara lavada e cabelo bagunçado. Nem encolhida eu estava. E ele olhava os meus olhos e beijava minha testa. E quem bebia era eu. E me perguntava, onde é que estão suas máscaras? Será que nunca usou? Todo mundo me disse que pra sobreviver você precisava delas, e ele ali, vivo e forte e lindo sem nenhuma. E eu fui me acostumando, e fui entrando, e fui me acolhendo no abraço largo. E fui encostando meu rosto na respiração do seu peito e escutando seu coração. E o verde tinha ido embora. E o enjôo, e meu riso era de verdade e meus abraços eram com vontade de ser uma só. E aquele mundo antigo ficava na porta, chamando, querendo trazer de volta o nojo, como se precisassem de mim. Talvez porque eu nunca tivesse sido dele. Porque eu nunca me entregara eu era um pedaço do que eles não podiam mais ter. Eu era uma flor silvestre plantada num vaso de concreto no meio de Av. Paulista. E ele chegou com um regador, um jarro de ar puro, e me salva todo santo dia. Cada pétala que cai ele guarda. Cada uma que nasce ele acaricia. E eu que sou fraca, ainda me angustio. Mas no fim, sempre no fim, quando o cheiro do ar que ele traz chega até mim eu esqueço e me entrego, porque ele me salva todos os dias.
Bruna Dancini