quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Eu olhei para trás. Uma última vez, era o fim do velório. Eu olhei para cada um dos rostos, e era como se cada uma das lágrimas estivesse fazendo o caminho luminoso que eu deveria seguir. O momento mais difícil, mais que morrer, que se despedir, é o momento em que eu, sozinha, devia partir. Uma última vez eu acenei para os meus pais. E eu caminhei, como se fosse apenas uma entrada para um cinema, tranquilamente, até onde tantos falavam, seguir a luz. Foi quando a luz invadiu meus olhos por completo. O Sol iluminava meu rosto, invadindo meu quarto por entre as cortinas brancas. Era domingo de manhã, meu estômago roncava, era como se não comesse há semanas. Estivera sonhando como por um ano. Quando levantei, tudo que quis fazer foi abraçar meus pais e dizer o quanto os amava. É incrível como um sonho pode fazer você se sentir. Eu queria sonhar mais vezes assim, pois acordei querendo aproveitar e dar valor a tudo que tenho. Pois, acima de tudo, eu sei que poderia ter sido real.

Bruna Dancini Godk

Um comentário:

  1. Eu li, e se fosse mentira eu não diria, mas, ao ler "... ter sido real." meu corpo se arrepiou! Que texto maravilhoso, Bruna. Parabéns linda, e muito sucesso por aqui, viu? *-* Besos.

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