quinta-feira, 31 de maio de 2012

Me faltam conflitos sabidos para escrever algo que de fato interesse. São nas horas passadas que se aproximam da aurora que a inquietação me possui. A solidão da hora do sono não preenchida. Fica pior quando há, de fato, pessoas por perto. Quando sou eu apenas, é boa. É a hora dos conflitos aparecerem e me inundarem de humanidade que passa despercebida nos momentos de alegria eterna. É humano sofrer sem motivo. É divino admirar esse sofrimento. Porque é bom sentir. Como quem belisca para acordar de um sonho. É o mesmo sentimento que o amor. É o que te faz vivo e é bom.
Tudo que foi criado aos pares e se completa é para ser assim aos pares. Então, se eu amo tanto durante o dia, sorrio e agradeço por tudo que tenho. Porque não ser tirado o sono para que eu reflita para o que vai além de mim? Quem sabe é assim que despertará, um dia, uma pretensiosa aspirante à escritora. Quem sabe seja algo para crianças, que agora povoam minha mente com risadinhas.
Nossa, isso soou tão esquizofrênico.
Eu estava lendo Jorge Luiz Borges hoje, o cara é um gênio. Fazia muito, muito tempo, que a literatura não me causava o prazer que o conto Undr dele me causou. Foi como viajar na minha inconsciência. Isso de procurar uma palavra que traduza a alma da beleza, ao encontrá-la a morte é bem vinda, pois nada mais será tão belo quanto essa palavra.  É a figura mais linda que já vi. Como mergulhar num oceano quebradiço de diamantes esculturais, as palavras. Gostaria de ter nascido com o dom da poesia. Mas, graças à Deus, esse dom foi dado à alguns. A palavra que encanta. Mistifica. Bagunça. Viaja. E brilha. A palavra de onde tudo veio. 
Eu estudo as Letras, mas no fim as Letras não podem ser estudadas, pois a palavra não se dobra ao homem. A palavra tem vida. E se cria, e se redescobre. E nasce a cada vez que uma criança fala errado por lógica. E a cada vez que o poeta lembra o significado primo da Palavra.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

26/05 /2012, 3:18, engraçado, é o número do primeiro ep de Touch

E quem sou eu, hoje? A menina, moça, meio mulher, que acredita em tudo e desacredita de tudo ao mesmo tempo. Nego  à tudo, assim, aceitando também tudo. Sonho demais, penso em magia demais, relaciono tudo, mas esqueço da realidade. Não posso dormir pois não consigo desligar essa maquininha na minha cabeça. Tantos pensamentos que esqueço menos de três minutos depois. Passando como folhas da grama num campado enorme, enquanto você percorre à 180km/h no carro, com a dor na nuca da ânsia. é assim que vão e vêm esses pensamentos. Dando dor na nuca ou na consciência às vezes, mas às vezes trazendo sorrisos inesperados por uma lembrança que dá arrepio. Como a música que você me deu ontem, Sparks. Engraçada essa expressão, de dar uma música. Mas certas músicas são dadas como um presente, e eu guardo elas mais que os presentes até. Essa fica pra coleção, junto com I will Follow you into the Dark e Heartbreake Warfare. Bem, hoje eu sou a menina desse fluxo de consciência que vem com a madrugada. Que há algumas horas estava pensando em moda, vendo blogs, imaginando casacos e acessórios, depois estava vendo seriado sério, pensando sério. E, no fim, ouvindo Coldplay depois do chá de camomila e lembrando de você. O meu não funciona. Só o seu me faz dormir. O que acontece é que você é que faz dormir. O fato de você levantar e preparar meu chá me faz dormir. Você disse que era só pra você poder os gols do Coxa depois. Mas não era. Porque o cuidado que você me entregou aquela xícara não é de quem faz de mal gosto. É de quem faz com amor, que nem chá de mãe pra gripe, que tem gosto ruim, mas é bom, vem com carinho. Então, eu sou a menina que te ama. Apesar de todas as minhas pseudo depressões das insônias. Da falta do que fazer crônica que me causa sentimentos solitários, porque essa hora todos estão dormindo e eu estou aqui escrevendo, apesar de tudo, isso e muito mais coisas que você sabe o que é. De todos os meus erros que tiveram que contar com a sua paciência. Eu sou apenas a menina que te ama. Sou a filha dos meus pais, que sente saudade como criança, sou a estudante chata que questiona tudo. Mas é você meu horizonte. Você é a única parte da minha vida que atravessa todas as outras. Você está com a filha, com a estudante, com a menina fútil lendo sobre moda, com a menina meio depressiva das madrugadas, com a bobona que gosta de desenhos. Todos os personagens do RPG da minha vida estão relacionados à você. E em nenhum momento eu deixo de ser a menina que te ama. Eu nem comecei a escrever esse texto por causa disso. Mas sempre acaba nisso, no sorriso quando penso nas coisas bobas e nas coisas sérias. Eu ia aqui falar sobre sou a menina que cresceu e entendeu muita coisa, mas acho que o que entendi mesmo foi nós dois e a sintonia. O resto veio de consequência, de brinde.



But on and on
From the moment I wake
To the moment I sleep
I'll be there by your side
Just you try and stop me
I'll be waiting in the line
Just to see if you care

Oh, did you want me to change?
Well I've changed for good
And I want you to know that you'll always get your way
Mas, de agora em diante, eu estarei sempre esperando por você. Ultimamente esses textos só acabam em você né? Virei um grude, Virei uma boba, aquilo que eu tentei mudar em você, pegou em mim. Não muda. Você sempre vai continuar do seu jeito. E eu amo. Não muda.