segunda-feira, 3 de setembro de 2012

“Isaac vira furacão e atinge sul dos EUA” O Estado de São Paulo, 29/08/12.

“Isaac vira furacão e atinge sul dos EUA” O Estado de São Paulo, 29/08/12.

Isaac era um corretor, calmo e pacífico. Sempre com seu encarte de imóveis, vendendo casas por aí. Mas sua mulher, Catrina, o abandonou. A mulher decidiu fazer plástica, renovar o guarda-roupa e de um dia pro outro virou um furacão. Despedaçando o coração de Isaac.
Ele tentou resolver com bebida, tentou a música, mas não tirava Catrina da cabeça. Só havia um jeito. Isaac entrou pra academia. Começou à ler política, ouviu música clássica, comprou um carro. Deixou de ser corretor, decidiu virar Johnny Cash. Isaac virou um furacão. Seguiu os passos de Catrina.
Mas Isaac continuava deprimido. Tão deprimido que virou uma depressão tropical. Nenhum psiquiatra entendia seu estado. A bebedeira não parava. Isaac não tinha jeito. A família, judaica ortodoxa, já não via solução para a ovelha negra.
Eis que então, certo dia, Isaac encontra Catrina. Essa, um furacão apaziguado, nesse dia, lhe repara a aparência bucólica, embriagada. Que passa, se perguntou. Mas tudo já lhe estava claro, só Isaac não sabia.
O que lhe levou a depressão fora o nome que fora imposto.
Para ser um furacão, furacão de verdade, tinha é que ser Hilda, Hilda furacão.
Isaac virou Hilda, colocou peruca ruiva. Usou salto 15. Deixou as unhas crescer. Agora já não é uma depressão tropical.
Agora você pode ver seu show de quarta à domingo na Boite Paradaise. É conhecido como Hilda. É, hoje, um furacão.



Drogas resistem em praça no bairro Portão - Gazeta do Povo

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1292451&tit=Drogas-resistem-em-praca-atras-do-Portao-Cultural


Fonte confiável informa que as drogas continuam resistindo na guerrilha na praça do Portão. Autoridades já tentaram disseminar as delinquentes, mas nenhuma ação foi eficaz!
Heroína é a chefe do grupo de crime organizado. Se intitula justa, diz que só está manifestando pela liberdade alucinógena.
Marijuana, outra militante, é a porta-voz do grupo, com voz tranquila deu entrevista exclusiva para o nosso jornal, segundo ela, tudo ficará na paz, devemos relaxar e aproveitar a maresia.
Intervindo na entrevista, a agitada Cocaína chutou os aparelhos de nossa equipe, por isso estamos com falta de imagens hoje.
Lucy in the Sky with Diamonds, também conhecida apenas como Lucy, perguntou à equipe quando Sininho iria parar de persegui-las.
Não temos nenhuma informação de Sininho, nem de sua perseguição.
Amotinadas num canto, as apelidadas Bala e Docinho batiam as cabeças em caixas de som. Não sabemos ainda a razão, mas acreditamos ser mais uma forma de protesto.
O mais impressionante foi um senhor já idoso, Ópio, reunido à multidão. O senhor, com um tapa olho, barba longa e roupas antigas, assemelha-se a um pirata.
Além de empilhar diversas sacas de trigo, o grupo fez uma fogueira em meio à praça, em torno da qual se é produzido um chá de cogumelos. Todo o lugar está invadido por um cheiro forte, alguém usou um lança-perfume.
Temos de interromper as notícias pois um crack chutou uma pedra em nosso aparelho de filmagem.

A redação.


Literatura, clássicos e imaginação.

Como aluna de Letras, eu deveria estar aqui defendendo os clássicos. Dizendo o quanto eu adoro Dostoieviski, ou Aluísio de Azevedo. O grande problema, é que, apesar de admirar esteticamente os clássicos da literatura mundial, é a imaginação que me prende a um livro. Sim, eu sei, não amadureci literariamente, mas o que posso fazer?
Cada vez que vejo um livro com um quê de magia ou de ficção científica meus olhinhos brilham! Deveria existir um curso de Letras Fantásticas, imaginem que lindo seria...
A verdade é que eu acredito cada vez menos que as pessoas leiam os clássicos por prazer. Talvez para parecer cult, para impressionar em sala de aula, para admirar o trabalho de criação. Eu também faço isso. Mas por prazer eu gosto mesmo é de pegar um livro quase infantil, Sítio do Pica-Pau Amarelo, A Montanha Encantada, O Senhor dos Anéis, Peter Pan... deve ser por isso que tatuei o Peter Pan. Eu não consigo crescer e sair de Neverland. Deve ser por isso que mesmo com meus quase 21 anos na cara, ainda me identifico mais com os adolescentes do que com os super letrados.
O problema é que parecem ser coisas excludentes. E eu estou lutando contra isso. Não é porque posso analisar segundo Bakhtin, que eu precise fazer isso! Eu posso querer apenas aguçar minha imaginação para dormir melhor. Ou mesmo para ser mais capaz de criar.
Não vou dizer que é fácil escrever uma história realista, mas criar um mundo completamente novo e ainda por cima dar valor estético a isso, ah... aí sim é que é trabalho, aliás, nada melhor que Tolkien como exemplo. Mas mesmo Stephen King é ótimo nisso...
Agora estou prestes à começar O Mágico de Oz, o original. E os defensores dos clássicos cults que me perdoem. Mas aposto um pote de Nutella que vou aproveitar mais a leitura do que quando começar Shakespeare.
Abaixo a falsidade literária! Vamos assumir nossos gostos. Quem é que nunca leu algo muito, mas muito, inútil na adolescência? E não foi bom? Se parássemos de julgar o que as pessoas leem, talvez elas lessem mais!
E agora, só parar deixar com vontade, algumas capaz que já te levam para o Reino Perdido do Beleléu...



Ficou com vontade de ler algo que seus professores de literatura te condenariam se vissem? LEIA!
Ps: todas essas capas são de livros lidos e aprovados com o selo Bruna Dancini de felicidade imaginária!


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Ter bom humor é obrigação!

Antes de iniciar o texto em si, gostaria de dar as boas vindas aos novos leitores, é, estou vendo mais snipers aqui, agradecer aos 25 de sempre que marcam presença diariamente nas minhas lindas estatísticas e convidar pra sentar, se acomodar, fica...vai ter bolo. Voltem sempre ao blog!

Pois bem, é com terrível pesar, leitores, que vos informo que o mal humor está oficialmente proibido. Pois é, eu sei, é complicado, trabalho, estudo, falta do que fazer, o tédio da vida moderna, falta de amor, sabe-se lá o que. Mas, sinto muito, está proibido e ponto final.
É chato dar uma de lição de moral, auto-ajuda ou coisa do tipo, mas a vida me deu um tapa na cara. Estava eu no ônibus de manhã, odiando todos os seres vivos, como sempre acontece no transporte coletivo, quando o motorista pára (sim, pára, abaixo a reforma ortográfica, me deixem com minhas idÉias). Ali, no ponto, já se ouve um bom dia alto, daqueles que te dá mesmo vontade de ter um bom dia. Mas o mal humor perdura, afinal, lá vou eu saindo do conforto da minha cama. Então, o cobrador vai abaixar a plataforma de cadeirantes e eu vejo quem dera o bom dia. Um senhor de cerca de 70 anos, numa cadeira de rodas, roupas simples, mãos de trabalhador. Ele não tinha uma das pernas. Nunca cheguei a conversar com ele, mas era fácil imaginar sua história. Um acidente de trabalho, gota? Diabetes? Alguma trágica peça da vida levou sua mobilidade. Quando ele entrou no ônibus, todos perceberam. Ele conversou com o cobrador, com o motorista, deu bom dia à quem estivesse à sua vista. Não, não era um pedinte. Era só uma pessoa bem humorada, que apreciava a própria vida. Nós, muitas vezes, com tudo em ordem, não damos o menor valor à ela.
Não vou dizer com a desculpa dessa anedota, agradeça à Deus, ou vá fazer trabalho voluntário ou sei lá, salve o mundo. Mas, meus caros, o mal humor está proibido. Pelo menos tenha a consideração de dar um sorriso de vez em quando, vossa carranca nos ofende. Deixa mais feia a caricatura do dia-a-dia. Então, nos poupe desse beiço amarrado e sorria. Se estiver difícil, não pense em nenhum vídeo motivacional, lição de moral, auto-ajuda. Abra o 9gag, o ahnegão, ou qualquer outro site de humor. Tire sarro da desgraça, não perca a piada. Se não, os fiscais do mal humor podem vir e te dar uma multa, quem sabe um jeito de você valorizar as coisas. Ou, se não der certo, ria desse incrível acrobata, rir da desgraça alheia faz parte.




quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Aromatizantes de pipoca e o governo: A conspiração do Século!

Que o leitor me perdoe o título alarmante, mas hoje, cheguei à epifania política dessas eleições. Folheando um jornal, me deparo com duas notícias.
A primeira, apontava os grandes males causados pela diabólica pipoca do mal. Isso mesmo digníssimos, a nossa tão inocente pipoquinha do dia-a-dia, com seu suave cheirinho de manteiga é uma maldita farsante! A sínica tem a coragem de nos iludir com seu sabor de manteiga pois, sim, segundo a pesquisa, é o cheirinho da manteiga a grande mente por traz de tudo. Iludidos, nós, pobres consumidores, estamos sendo secretamente privados pouco á pouco de nossas faculdades mentais. Ou, nas palavras deles, aromatizante sabor manteiga, por causa do composto diacetil, causa Alzheimer.
Já indignada com essa terrível notícia que me afastaria dessa já decenária companheira de filmes e espetáculos, vejo a próxima notícia. Pesquisa aponta que deputados brasileiros têm cerca de 20 assistentes a mais que os franceses. Ok, não é tão grave. Depois do dinheiro na cueca isso é fichinha. Mas essa foi a fichinha da máquina de epifanias instaladas no meu, ainda não completamente disfuncional por conta da pipoca, cérebro.
O que me foi revelado pelos deuses é que uma trapaça do Texas está sendo feita no cenário político nacional. Não entendeu nada? Deixe-me esclarecer. Trapaça do Texas é quando você faz algo à direita, que chame muito a atenção, para distrair o público, para que esse não repare nas falcatruas que você faz ali, na surdina. A genialidade da trapaça sendo realizada é a metáfora do Brasil sobre política: Tudo acaba em Pizza. A célebre frase é apenas para chamar sua atenção. Na verdade, na surdina, eles te enfiam e pipoca. Pipoca com muito aromatizante de manteiga. Assim, você assiste ao espetáculo de horrores do plenário com a boca cheia, que é para não dar opinião e, ainda por cima, graças ao aromatizante com bonus Alzheimer, esquece o show, assim o espetáculo poderá ser repetido eleição após eleição e você aí achando que os atores são revelação do ano.

Bruna Dancini

A chegada do Tio Bola

Digníssimos leitores não-espíritas, não se assustem com o que vem a seguir. Para o que conhecem o nome, já devem ter se assustado, mas vamos explicar. Tio Bola, Vô Bolinha, Dancini, Haroldo... ele têm diversos nomes, mas vamos conhecê-lo pela placa que vai em cima de sua carreta. Tio Bola é um caminhoneiro, espero, vivido, pai de três filhos, ainda com sonhos na vida. Só que Tio Bola já morreu. Essa que vos fala traz a sabedoria de para-choque dessa voz sábia do além. Espero que gostem, Tio Bola andará dando algumas passadas por aqui.

Matemática da Escola

Ser pai não tá fácil.Três cabeça pra criar, têm que sair da escola tinindo. Eu não tive nada disso. Poucos anos já estava na lida, com dez já dirigia carreta. Meus irmãos? Tudo a mesma coisa. Até a Amalia. O Gigio tá com três caminhões. É aquilo, não estou reclamando da vida nas estrada. Quem nasce caminhoneiro tem que amar o horizonte no para-brisa. Mas é que hoje, hoje segundo grau não é nada. Eu, com meu ginásio, sou quase um indigente estudantil.
Mas com meus filhos vai ser diferente. Quero todos na faculdade. Matemática é que é coisa importante nessa vida. quero o Roberto virando engenheiro. Quero Marita e Teresa contadoras, economistas. Quem sabe vão até trabalhar em banco. Imagina que chique?
Educação é dinheiro, mais que tempo. É investimento pra vida. É só calcular os lucros. Se os três estiverem formandos em... 20 anos? Eu vou estar com 50, ainda uns anos de estrada, mas tenho sangue forte. Aí ainda tem uns 15 anos para eles se estabelecerem na vida, comprar casa, carro. Aí vêm os netos, mas aí mais 20 anos pra formar os deles. É, investimento de risco.
4 anos de fundamental, 5 de ginásio, 4 de normativo, aí vão pra faculdade. Deixa eu ver, primeira fase, 13 anos vezes 3 de uniforme, material escolar, comida, menos o prejuízo de não estarem trabalhando... Api mais uns 5 anos de faculdade, vezes a passagem de ônibus, mais as mensalidades, matrícula, roupa... É, eles vão ter que ganhar muito bem para esse investimento dar lucro. Se cada um tiver 2 filhos, são mais 6 vezes tudo. Acho que em uns 40 anos acaba o investimento deles. Aí eu vou ter 70... ainda dá tempo de aproveitar a lucratividade.
Só que, como os caminhões, gente também roda um tanto e aí funde o motor. E eu, ainda muitos quilometros pra rodar. Eu vou há uns 150 por hora. Vezes umas 9 horas pordia, dá 1.350 quilometros por dia. Trabalho uns 350 dias por ano, em 40 anos são 17.820.000 quilometros rodados. A Terra te, 40.045 quilometros de diâmetro, Robertinho que me disse. Divididos pelos quilometros que vou rodar antes do investimento dar lucro, mais ou menos 445 voltas no mundo.É, tempo é dinheiro, estudo é dinheiro. E muito. Saindo do meu bolso. Prejuízo quase certo. Mas pelos filhos, dou quantas voltas no mundo for preciso. E é melhor largar da caneta e pegar o volante. Ainda tenho 445 voltas pra dar.

Pára-choque de caminhão do dia: Devo tudo a minha mãe, mas já estou negociando.



Leitores, esse personagem que dará voz a alguns textos é uma homenagem ao meu avô, Bolinha, falecido já há quase dez anos. As histórias são ficcionais, com alguns toques do dia-a-dia, é claro. Os toques desse personagens serão de dar simplicidade aos assuntos cotidianos dos trabalhadores. Cômicos de vez em quando.


Vô, sinto sua falta.
 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A Chavasca

Caros leitores e leitoras inválidos de dedos, já que as estatísticas apontam que vocês vêm espiando meu blog silenciosamente, quase diariamente... eu sei que estão aí escondidos como bons snipers que são. Hoje nosso post tem um título assaz peculiar. Sou falante do Inglês, mas como não-nativa não conheço bem suas variações linguísticas, se tiver algum leitor internacional que me perdoe, mas não conheço nenhuma língua que tenha mais sinônimos para a região íntima da mulher do que o Português. Me perdoem as palavras que seguem, mas uma listagem faz-se imprescindível. Buceta, Vagina, Perseguida, Periquita, Rachada, Xoxota, Xotinha, Xana, Xereca, Beiçuda, Aranha, Perereca, Toca do Palhaço, Casa do Caralho, Pombinha. Ufa, quem conhecer outros me informem, é sempre uma análise interessante da variação linguística.
Mas Chavasca é especial. Uma mulher que tem uma chavasca é diferente. É a mulher que você não chama de gostosa, você chama de potranca. Mulher de curvas, de atitude. Se mais pessoas tivessem chavascas, o machismo diminuiria nesse país. Quase todos os outros apelidos carinhosos são sexuais, inventados por homens. Mas a chavasca é a promessa da atitude, de mulher forte. É quase um elogio, essa mulher tem uma chavasca que só!
Ah, mulheres, na hora de escolher como chamam suas regiões pubianas tudo depende da situação. Na depiladora você chama de pombinha, periquita, animais pequenos, quase delicado, afinal você não quer assustar a mulher. Com o namorado, maridão de plantão e variados, é xaninha, buceta no máximo, mas aí já  está no vamos ver. No médico vem a profissional vagina, sempre me vem um ET à mente. Na roda de funk chamam de Xota, coisa grande, vulgar. Xereca é com as amigas, pra dar risada. Aranha é difamação. Perseguida é aquela tia metida a engraçada. Beiçuda é o amigo virgem querendo dar uma de comedor. Casa do Caralho é o nojentão que tem de pagar pra isso. Mas chavasca...
Ah, a chavasca é só para os entendedores da importância da denominação. A chavasca não é o objeto sexual. Chavasca é o grande símbolo da beleza e força da grande paridora, geradora de bebês e suspiros. A origem da palavra já dá pra ver de longe, rio grandense, na verdade é um tipo de facão. Que associação mais propícia. Afinal, pode ser o facão que causa a perdição de muitos e muitas. Pode ser o instrumento de trabalho de alguns, profissão mais antiga do mundo, vamos respeitar. Pode ser a faca que se usa para esculpir um entalhe. É, pode ser muita coisa a chavasca. Dar nome faz toda a diferença.


Bruna Dancini.



domingo, 26 de agosto de 2012

O grande reencontro da turma

Guaratuba no carnaval é que nem reunião de condomínio misturada com ceia de Natal em família. Reunião de condomínio porque você encontra um monte de gente que não quer, falando um monte de baboseira que você não quer ouvir. Ceia de Natal que apesar dos benefícios a comida boa você tem que aguentar a família e aquele tio mala com as piadinhas do "É pra vê o que pra comê?".
Mas nesse carnaval amigo, eu encontrei o grande Gustão. Ô, esse cara tinha tudo pra ser grande. Cursamos adm juntos na Tuiutí. Cara centrado, enquanto todos nós estávamos no bar jogando truco o cara estava estudando, conseguiu estágio grande, já saiu trabalhando em empresa importante. Quando vi o cara na praia pensei "Nossa, deve estar com a vida feita" e eu aqui com um apartamento meus dois moleques e essa barriga de choppe. Gustão? ish, barriga retinha, óculos escuro de marca, deve é ser diretor de alguma coisa.
- Graaande Gustão, cara quanto tempo! - Fui abraçar o cara me senti um gigante... tenho que começar a ir pra academia...
- Opa Alfredo! Como vai meu chapa? - Todo sorrisos. Sempre achei esse cara meio baitola.
Vêm meus dois meninos curiosos saber quem era o magrão...
- Pedro, Tavinho, esse aqui é um velho amigo do pai, da época da faculdade, Gustão... o melhor da classe né? Tá casado cara? Já tem os herdeiros? - Ish, o cara fez uma cara estranha, sabia que era meio afeminado, onde já se viu passar a graduação inteira sem um porre? Olha esse óculos todo boiolinha... não, o cara é esquisito.
- Então Alfredo, sabe como é, muito trabalho, ainda não me aquietei na vida, vou ficar pra tio mesmo. - A cara que ele fez foi triste agora, coitado do cara... - Mas tô trabalhando numa multinacional, salário bom, voltei agorinha da Alemanha. Mas é isso aí Alfredo, me liga qualquer dia cara!
- Opa, claro Gustão, passa lá em casa tomar uma cerveja... bebe agora? - Como se eu tivesse mesmo seu telefone depois de 15 anos...
- É... de vez em quando a gente fraqueja... Bom te ver cara, até mais! - Saiu em direção à rua, olha o carro do cara, esportivo, deve mesmo estar bem na vida.
É, mas eu não troco meus guri por carro nenhum. Nem se fosse pra perder essa barriga... Mas não é que Guaratuba é uma maldita reunião de classe? Se não é o Marcos ali?! Nossa, esse cara sim era firme. Não perdia um dia no bar, traçou todas as meninas da faculdade. E eu lá com a Maria Lúcia desde o segundo ano. É, mas a Malú é ainda linda, olha ela cuidando dos meninos nem se diz que já teve dois... e eu parecendo um elefante... é, vou entrar na academia assim que o Carnaval acabar.
- Alfredo! Nossa cara, como você tá diferente - Marcos com esse papinho, e olha pra ele? Mais olheira que o Al Pacino. E olha as rugas desse cara? Parece que tem uns 50 anos, isso aí deve ser é muita gandaia...
- Opaa Marcos, acredita que acabei de ver o Gustão? O cara continua na linha, incrível né?
- Mas e você? Com mulher, filhos, quem tá na linha mesmo é você! No cabresto... - Tirando com a minha cara assim, na frente dos meus guri! É muita falta de respeito.
- É, a gente se ajeita um dia né? Mas aposto que você também já...
- Eu? Jamais, mulher pra mim uma só não basta... mulher e vinho a gente tem que variar pra conhecer os bons. - Babaca, como sempre. Se achava o cara mais descolado da universidade, pegou tanta mulher e hoje com essa cara deve estar tendo que pagar...
- É, você é que tem vida boa - Vida boa pra vagabundo, gente decente não anda fumando na praia às 2 da tarde...
- É, mas bem que às vezes faz falta uns guri pra fazer companhia e ir pra Arena da Baixada...
- Se fosse pro Couto até emprestava os meus... - Uma risada amigável e a velha movimentação de ih tá ficando tarde, tem alguém me esperando..
Engraçado ver o cara sério, dedicado e o pegador da faculdade. Ali, Guaratuba, no carnaval, os dois com o mesmo estilo de vida... Tem gente que reclama de ser mais ou menos. Mas na minha vidinha mais ou menos eu tenho tudo que pedi, minha mulher, meus guri, minha barriga de herança de cerveja e uma vida além da faculdade.


terça-feira, 21 de agosto de 2012

Bom menino!

Hoje eu passei a acreditar em amor à primeira vista...

Sempre que saio caminhar pela manhã faço o mesmo trajeto. Vou pela via do expresso, viro numa rua quase deserta para chegar na praça do Zumbi. Ali faço meus alongamentos, tomo um gole d'água e saio. Mas hoje tudo foi diferente...
Chegando na tal da pracinha decidi descer para o gramado, para dar uma volta maior. Chegando ali eu o vi. O bom menino. Fiquei com medo imediatamente, um cachorro enorme, seu focinho dava quase o meu rosto, uma mordida e eu estaria ferrada. Mas eu amo cachorros. E a primeira coisa a se pensar é que ele só ataca se sentir-se ameaçado. E o que eu fiz? Falei "Oi Cachorro!" com a minha melhor voz de amor. Ele abanou o rabo e eu saí. Continuei caminhando até o lugar onde me alongo, sentei lá e tomei o maior susto. O cachorro estava bem atrás de mim. Só que ele apenas sentou e me olhou bem fundo. Não pude resistir e passei a mão na cabeça dele. Vendo que ele não rosnou nem tentou se esquivar eu disse" Bom menino!" e aí sim conquistei o amor dele.
Continuei andando e ele me seguindo. Falei "Fica menino!", tentei desviar o caminho, mas não tinha o que resolvesse, se ele se afastava um pouco loguinho já voltava abanando o rabo. Parei para atravessar uma rua movimentada e fiquei preocupada, imagina se ele morre atropelado por culpa minha? Mas ele parou do meu lado e começou a chorar me olhando. Quase que eu choro junto. Porque é que ele tinha que me seguir?
Mas ninguém foi atropelado e nós dois seguimos até a praça em frente ao meu prédio. Ali ficam vários cachorros e ele logo fez amizade, mas ainda deu um último ganido antes de eu ir embora.
E agora estou eu aqui, de coração partido pelo "Bom Menino"...

Bem, eu moro em um apartamento minúsculo e seria impossível adotá-lo. Mas existem muitas pessoas que moram em casas e optam por comprar um cachorro estimulando um mercado horrível de comércio de animais. Em vez disso todos deveriam adotar um cãosinho. Tem de todo tamanho e jeito. E com certeza ele vai ser muito mais fiel e carinhoso porque ele sabe a oportunidade que você deu. Grande exemplo é o Nego. A vó do meu namorado encontrou ele na rua, bem filhotinho e sozinho, adotou ele e agora ele é o cachorro mais amoroso e brincalhão que eu já vi. Esses cachorros tendem a se dar muito bem com crianças e aprenderem rápido. Além de se adaptarem a quase qualquer coisa. Portanto, abaixo segue o link do Cãopanheiro de Curitiba, um site de adoção de cães aqui em Curitiba... espero que outros bons meninos sejam adotados e que um dia possamos parar de ver cães maltratados na rua enquanto outros são vendidos por 2 mil reais.



quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cãndido

Eis que eu certo dia decido ir á Biblioteca Pública do Paraná e lá há um jornalzinho. Peguei para dar uma olhada as edições de julho e agosto. A grata surpresa foi que o conteúdo do jornal me maravilhou. Literatura comentada de tudo quanto é forma, entrevista com autores, programação cultural envolvendo literatura em Curitiba e diversas outras coisas interessantes para os interessados em literatura.
Então eu fiquei com vontade de ter esse jornal sempre, mas e a cabeça para ir todo mês lá pegar? Aí mandei um e-mail no "contato" do site da BPP e em menos de uma hora eles me responderam de maneira muuito atenciosa.
Esse post na verdade é um agradecimento por essa estrutura maravilhosa e organizada que é a BPP aqui de Curitiba. Bem, mas voltando ao e-mail, a moça que me respondeu me pediu meu endereço e agora receberei de graça o jornal todo mês!

terça-feira, 14 de agosto de 2012

O rapto

Não havia jeito da guria olhar pra mim. Não é me gabar, mas parecer com o Elvis Presley na década de 60 era lá grande coisa. Nem 25 anos e com meu próprio caminhão. Eu via que ela me olhava de vez em quando, na igreja. no dia de feira. Peguei seu olhar no dia em que cheguei depois de duas semanas de viagem, você estava lá, na janela, olhando onde é que eu estava. Meu irmão já tinha me falado, fica de olho na Malu cara, ela te dá mole. Mas quando eu chegava perto, fugia que nem diabo da cruz. Vai entender né?
Soube que só a Nhá Cata estava em casa com as filhas, uma mais bonita que a outra, mas Malu era a especial. Aquele maldito cabelo laranja não saia da minha cabeça, com os olhinhos verdes, queimava como fogo. O pai tinha ido viajar com o caminhão, voltava em mais de 20 dias só. Era minha oportunidade de fazer alguma. Sangue italiano pulsando no corpo inteiro de deixar o rosto vermelho, talvez tivesse sido o vinho. Mas lá estavam meus irmãos incentivando. Afinal era uma família de cinco moças lá e uma família de sete homens aqui, era de dar boa combinação se um chegasse conhecer a vizinhança.
O que meu pai me ensinou foi que pra conquistar uma mulher você precisa ter coragem, ter atitude de homem. Se era isso que a Malu estava esperando, era o que ia ter. Duvido que na volta não ia estar caidinha de amor. Fiquei vigiando uma manhã inteira, era sempre ela com a Cecília que iam comprar as coisas pro almoço na venda. Onze horas as duas saíram. Dei um toque no Beto, vai lá cara, distrai a Cecília, pelo seu irmão, essa mulher é a mulher da minha vida. Tá bom, é a décima mulher da sua vida esse ano. Cara, quebra essa vai... Beleza, vê se faz uma coisa decente.
Claro que seria decente, a mais romântica do Elvis no toca-fita do caminhão, mala pronta, perfume no pescoço e os óculos escuros, como é que ela ia resistir quando eu tirasse o óculos, pegasse esses meus olhos azuis e olhasse fundo nos olhos: Malu, vamo comigo pra São Paulo, deixa eu te mostrar o Brasil. Cara, até eu me apaixonava por mim com essa.
Fui com tremedeira até os ossos. Ela estava estranhando a história do Beto querer falar com a Cecília sozinho, a irmã não tinha nem 13 anos, longe da idade. Não é que a Malu fosse muito mais velha, 16 anos ainda, mas com certeza já tinha jeito de mulher. Corpo feito, aqueles olhos verdes de inocente não me enganavam, o Rubão já tinha dito que ela andava cheia de sorrisinhos quando falavam de mim.
- Oi Malu! Que tá fazendo sozinha aí na rua? - Mão no bolso, regata branca, jeito de quem não quer nada. Cary Grant me ensinara tudo sobre esse jeitão em seus filmes.
- Teu irmão veio com uma conversa estranha e levou minha irmã pra nossa casa, agora tenho que ir na venda sozinha. - Cara fechada, fingindo tristeza, tudo como planejado.
- Vem, eu te dou uma carona no meu caminhão - Os olhos da garota brilharam, estava no papo, eu era o único cara da vizinhança que tinha um caminhão daquele tamanho, cabine dupla, vermelhão. A Scania nunca mais fabricou tão bem.
E ela veio cara. Bracinho cruzado na frente do corpo, aquele cabelo laranja caindo no rosto e eu bobo de paixão. Parecia que nunca tinha visto mulher na frente. Mas é que mulher de estrada é diferente. Já conhecia o mundo, elas é que tinham que me ensinar. Ali não, a menina brilhava de inocência. Me olhava como se fosse um astro de cinema. E eu me sentia burro que nem quando tinha 12 anos e dei o primeiro beijo. Porra cara, concentra antes que comece a gaguejar. Puxei papo, perguntei se ela já tinha ido no cinema. Disse que não. Faziam menos de dois meses desde que veio do interior. Eu te levo, Malu. Ninguém chamava ela assim. Só eu. Ela se distraiu tanto com meu papo que nem percebeu que eu tinha desviado da venda, volta na quadra e ela já estava rindo pra mim. Poxa, Haroldinho, você conhece tanta coisa. Era minha deixa... Parei o caminhão, travei as portas, tirei o óculos. E fiz o meu melhor olhar. Segurei aquelas mãos pequenininhas. E eu todo confiante agora tinha esquecido tudo. Corpo tremendo, testa suando. Estômago doendo. Vai cara, faz uma coisa decente. A voz do Beto na cabeça me acordou.
- Malu, vamo pra São Paulo comigo. Vem, eu te mostro o Brasil. Te mostro tudo que quiser. Isso aqui é tudo muito pequeno pra você. - Ela me olhou com a maior cara de pânico, achei que ia dar tudo errado, mas ela apertou minha mão, foi a maior sinal que eu precisava. Dei a partida no Scânia.
- Haroldinho, pára com isso, você tá louco? Você sabe que meu pai te mata, mata nós dois, eu sou moça ainda Haroldo, imagina andar por aí de caminhão com homem? Quem você pensa que eu sou?
- É a mulher da minha vida.
Já era tarde demais, peguei a 116 e fui acelerando no máximo. Falei pra ela ficar tranquila que o Beto ia contar que tínhamos fugido pra casar. Casar Haroldinho? É Malu! Assim que chegarmos. Eu sou mesmo um canalha, claro que eu não ia casar com aquela menininha. Mas ela era muito linda. Putaquepariu.
Duas semanas fora de casa. Uma virgindade perdida. Uma aliança no dedo.  Três filhos. 30 anos de casamento. É, a vida é uma coisa relativa.



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Você ama Disney? Que tal variar?

Bem, muita gente sabe que eu sou uma adoradora convicta da fantasia. Disney, Pixar, o universo de Harry Potter, O Senhor dos Anéis e por aí vai uma extensa lista...
Mas o que não tanta gente como deveria conhece são os universos mágicos criados por uma mente asiática brilhante (desculpem o pleonasmo).

Hayao Miyazaki é um aclamado diretor de animações japonês. Além de ter produzido o premiado (Oscar de Melhor Animação e o Urso de Ouro do Festival de Berlim) Viagem de Chihiro, no Japão o diretor é considerado o novo Walt Disney.
Todos os trabalhos contam com um incrível trabalho visual, mas o que mais me chama a atenção é a profundidade de seus roteiros que contam não apenas com muita imaginação, mas também com um simbolismo muito inteligente sobre a sociedade moderna. Um exemplo é o já citado filme acerca da garotinha Chihiro. Ela vai parar num universo paralelo onde trabalha para uma bruxa, dona de um hotel para deuses. Ali a dinâmica capitalista fica muito clara. Mas o grande símbolo é uma sombra que aparece durante todo o filme. A sombra ajuda a garotinha num momento de dificuldade, mas sempre busca dar mais que o necessário. Se a pessoa pega, a sombra "come" a pessoa ou criatura. Para mim, é a imagem perfeita do capitalismo. Quanto mais alimentado, maior e com mais fome fica. Mas se apenas tiramos e damos o ideal, é uma criatura pacífica. Pois é, não apenas de fantasia vive a animação.

Mas esse não é o único filme de Miyazaki. Na verdade, o meu favorito é Meu Vizinho Totoro, vale muito à pena ver.


Ainda na lista das incríveis criações de Miyazaki estão Princesa Mononoke; O Castelo Animado; Ponyo e vários outros. Todos são muito bons.

Para fechar, um outro filme incrível e que me fez chorar, apesar de não ser do Miyazaki, é de outro diretor do mesmo estúdio (Estúdio Ghibli),  Isao Takahata (diretor) retrata a vida de uma criança em meio à guerra e como a imaginação pode ajudá-la. Muuuito bom esse e muuuito triste.

Espero que curtam a indicação.



Bruna Dancini


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Companheiro

Eu estava letárgica à noite. Chorando sem motivo ouvindo Radiohead. É, assim que os pensamentos ruins aparecem. Mas acontece que mesmo naquela noite de domingo após um maldito dia entediante, I had sunshine in a cloudly day. Pois é, a gente começa a entender essas músicas românticas quanto tem um companheiro. Não é só como dizer ah eu tenho um namorado. Todo mundo tem um namorado. Mas é muito diferente quando ele é seu melhor amigo. Quando te faz rir falando Baduba. Quando assiste desenho contigo e você vê super-heróis com ele. É diferente quando diversão é deitar no sofá no teu braço até amortecer e não sair de salto alto fazendo pose.
Dizer que tem um companheiro é muito mais, que é indizível até, companheirismo junto com amor é algo indestrutível.

Bruna Dancini

domingo, 5 de agosto de 2012

A Sunday Smile

Eu acordei num puta bom humor, ouvindo música de dançar de olho fechado, num gramado da Irlanda da minha imaginação. Mas o Domingo é um dia capaz de foder seu humor. Principalmente quando você passa o dia todo em casa, mesmo lendo um livro muito bom. Mesmo dormindo numa cama muito confortável. No final da noite você pensa numa bicicleta e na vontade de andar por uma rua escura qualquer, sem o risco de um maldito estuprador. Mas aí, como sempre, é a literatura que aparece. De um jeito ou de outro, a literatura e a música sempre vão estar lá para te dar um empurrãozinho.
Fui eu no único blog de literatura que compreende meu desânimo de domingo. Já indiquei o escritor em outro post, mas tenho que falar, o cara sabe combinar a escrita com uma boa dose de Kings of Lion. Sabe dar a vontade de olhar pela janela e ver os carros que passam sem parar na via rápida.
É por causa disso é que eu ainda vou escrever alguma merda. Não posso morrer sem causar essa sensação em alguém. Essa sensação de compreensão. Nem é nada que está escrito, talvez sejam só as palavras do jeito que parecem.
Escrever é uma necessidade básica às vezes, mesmo que para escrever um monte de baboseira, como agora. E eu preciso dizer, é como ter uma bendita penseira e guardar num lugar seguro os pensamentos que ficam zanzando por sua mente.
E, no final, depois de escrever um pouco, eu posso até escutar A Sunday Smile de novo, só para voltar ao ciclo da manhã e completar o Domingo. Mas na verdade Young The Giant pareceu bem mais atraente. Cough Syrup. Talvez eu esteja pronta para um xarope de realidade nessa semana que chega.

Bruna Dancini

sábado, 4 de agosto de 2012

Transcendência da loucura.

Muitos se enganaram e pensaram que a loucura era uma maldição. A loucura é a bendita transição da mediocridade e compreensão da pequenez e do pertencimento ao eterno. Por muitos é atingida através da maconha, por outros por outras drogas quaisquer. As naturais sempre são o caminho mais fácil. Mas a verdadeira transcendência se atinge através da perfeita racionalidade e sem nenhuma alteração na capacidade do intelecto. Quando se abre os olhos, se enxerga os infinitos universos unidos na inequívoca teia da loucura e o caos. E se percebe o quão bonita é a dança da racionalidade cósmica.


Bruna Dancini.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O que fazer?

Pessoas como eu, que têm insônia, acabam achando coisas interessantes na internet. Mas, infelizmente, a verdade é que passamos a maior parte do nosso tempo atualizando o facebook ou olhando coisas fúteis. Não que minhas dicas sejam algo muito enriquecedor, mas podem pelo menos ser mais interessantes.



Para quem gosta de fotos, algo muito interessante de se fazer no tempo livre é acessar o flickr numa página em que aparecem fotos aleatórias, as melhores. Não são apenas hipsters com o instagram, como a maioria dos sites de fotografia, tem muita coisa profissional e muito bonita!

Algumas coisas interessantes que eu encontrei foram (clique no link para ver as imagens) :
http://www.flickr.com/photos/theotherdb/7681701040/in/photostream/

http://www.flickr.com/photos/bnafsj/7670593626/

http://www.flickr.com/photos/giuseppetondo/7691788054/

A parte mais legal é que do lado das imagens, além de haver outros trabalhos do mesmo fotógrafo, há informações como onde a foto foi tirada, com qual câmera, quando...

Já para os amantes da literatura, tem muita coisa legal na internet, mas um dos que eu mais gosto e tem atualizações bem frequentes é o literatortura, além de ser ótimo para matar tempo, há muita coisa sobre cinema, música, enfim, cultura para você ter papo pra jogar pro ar. Quem posta nesse site são estudantes de Letras, FIlosofia, História, Moda, entre outros cursos, é bem legal.

Já para os mais interessados em ciência, um site indicado pelo meu namorado nerdinho, o Gizmodo é o ideal. O site conta com várias matérias super bem escritas sobre tecnologia, astronomia, física e coisas do tipo.

De novo para quem gosta de literatura, eu acompanho uma blog-novel de um escritor gaúcho em ascensão, o nome dele é Gabito Nunes, já tem dois livros publicados. É bem clichê em algumas coisas, mas de modo geral distrai bastante. Ele faz várias referências literárias interessantes. No blog dele ainda tem uma ótima trilha sonora.

Se você gosta de moda quase sempre é mais fácil achar diversos blogs legais, eu, particularmente, gosto bastante do Vovó Santa, fala sobre moda sem ser aquela coisa muito louca com estampas e chapéis demais. É moda para gente de verdade.

Outra coisa muuito boa de fazer no tempo livre é ver seriado né? Mas sem o megaupload muita gente não sabe onde baixar. O Series Tvix  é atualizado diariamente e tem quase todas as séries mais conhecidas. Os links estão sempre funcionando e são bem rapidinhos. Os do rapidshare são sempre os mais fáceis.

Para dar risada, afinal não podemos ser cult o tempo todo, todo mundo já deve conhecer, mas não posso deixar o 9gag de lado.

Bem, essas são as coisas que eu faço na internet. além de ver fotos random de gente famosa, fuçar facebook alheio e vegetar paospoakspas

Espero ter ajudado a matar o tempo.

domingo, 22 de julho de 2012

Tatuada

Hoje estava eu conversando sobre minha futura nova tattoo e aí o namorado diz "eu gosto de tatuadas". Aí eu senhora pensadora digo que não quero ser uma tatuada. O negócio é mais ou menos assim: Hoje é muito fácil fazer uma tattoo. Não é muito caro, não há muito preconceito como antigamente, os desenhos andam super variados. Só que aí muita gente acha que tatuagem é brinco. Que você põe ali de enfeite. E é isso que não quero. Não quero ser uma "tatuada" cheia de dragões, apanhador de sonhos, borboletas ou florzinhas. Me desculpem as pessoas que têm essas tatuagens, mas se não tem significado nenhum pra você, não tem graça. Sabe? Se é só pra dizer eu tenho uma tatuagem. Toda cicatriz tem uma história e acho que tatuagens são cicatrizes que escolhemos. Eu posso fazer várias, mas ainda sim não quero ser uma "menina tatuada", prefiro ser Bruna com tatuagens de coisas importantes que mostram quem é Bruna.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Eu brigo, falo, quase choro. Faço de tudo para chamar sua atenção. Eu quero ser a musa inspiradora, Atena de suas batalhas diárias. A estrela que guia os olhos perdidos no mar tempestuoso. Não quero ser apenas Afrodite, que guia encantos da luxuria física. Porque um dia, um dia estaremos longe disso, mas os encantos da palavra são aqueles que são eternos. A palavra é que marca e permanece. Na palavra se constroem lembranças, se mistifica. Eu quero ser a tua companheira ainda mais do que ser tua amante. E, principalmente, quero te fazer rir. Quero nos fazer rir. Ou refletir. Ou chorar. Mas que a nossa vida seja um bom filme.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Suéter listrado

Eu gosto de roubar suas coisas e usar suas roupas. Cheirar a lã no pescoço, pensar que estava contigo. Mas o interessante mesmo é que quando uso uma roupa sua, eu pareço completamente sua. É a menininha com o suéter dele. Sendo protegida do frio por ele. É especial, sabe?

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O picolé.

Me foi contada uma história, que me arrancou riso mas na alma quase arrancou lágrimas. Com tanta emoção florindo, o que devo é passar adiante...quem conta uma história, passa a frente uma alegria.

Era um domingo de verão intenso na capital paranaense de 1955. Época progressista, Brasil crescendo. Mas ah! A velha Curitiba, que hoje ainda é tão provinciana, era capaz de todo o progresso da propaganda? O menino e o pai foram à sorveteria. Família de imigrantes italianos, olhos verdes e sotaque forte. Quem pensa que é só interior que sofre? Aqui, na capital, a família não tinha geladeira, não tinha TV e no rádio acompanhava as parcas notícias. Ir à sorveteria era um marco. Dos cinco irmãos, ele era o primeiro que iria provar o sorvete.
A boca salivava, imaginando se era como geléia, se era como suco, ou quem sabe como gemada? O dinheiro era curto. O pai só pode levar o mais velho. Tomaram um ônibus e o menino ia quieto. Pais eram quietos. Mães é que falavam, gritavam, chamavam pro almoço. Pai mandava, levava, não precisava chamar. Era tudo novo. Os carros nas ruas mais centrais. O ônibus vermelho e que deixaria todas as roupas cheirando à diesel antes de chegarem à sorveteria da Rua XV, e porque tão longe? Tinha perguntado a mãe, desconversara, bem ao lado da sorveteria tinha o snooker, onde os amigos iam comemorar, ou não, mais um domingo, mais um final de semana fora das fábricas. O menino não sabia para onde olhar ao descer do ônibus. Eram casas enormes, como o pai chamava? Prédios. E o que é aquilo pai? Aquilo é o cinema filho, um dia te levo conhecer. E o que é um cinema pai? É uma parede onde se mostram fotos dos teus sonhos. Chegando lá, o homem conta o dinheiro. Olha em volta. Se sente desarrumado. Tinha colocado o melhor colete por cima de uma camisa batida que usava no fim de semana há anos. O menino nem havia colocado sapatos. Usava apenas os chinelos de dedos, que mostravam dedos arrebentados de brincar, de cair. O pai lembra de arrebentar os dedos na enxada, ainda na Itália, quando tinha a idade do menino. Torce o lábio, passa o braço pelo ombro do filho e então sorri. A vida estava mudando para melhor. Era o progresso que ouvira no rádio.
- Pode escolher teu sorvete.
- Eu quero dois picolés.
O pai pensou se dois picolés era tanta vontade assim, para ter dois ao mesmo tempo. Se o menino não preferia o sorvete de massa. Mas adulto não se preocupa com coisa de criança. Comprou os dois e foi para o bar, jogar sinuca, tomar uma cerveja, com o trocado que lhe vinha no bolso. Enquanto jogava pensava na família. A mulher esperava em casa, com dois pequenos na saia e um ainda no bucho. Na Itália tivera 12 irmãos. Mas na roça as coisas são diferentes. Ninguém ia à escola. Ninguém precisava de tanta roupa. Mochila, sapato. As crianças eram caras agora. Na sua época eram lucrativas. Braços para ajudar na lavoura. Até serem caras quando tiveram de embarcar no navio, a mãe e os 6 filhos mais novos, enquanto o pai e todos os mais velhos iam para a guerra. No Brasil só chegaram 5. O menor morrera no navio. E na guerra se andava de avião.
Chamou o menino, vinha com um sorriso no rosto. Tinha explorado todo o bar, a fonte da rua, lavara o rosto naquela água. A mãe não deixava se estivesse ali. Mas era calor. Voltariam a pé, o dinheiro do ônibus tinha ido na cerveja. Nunca ficava bêbado. Apenas falava alto e as faces avermelhavam. Se sentia parecido com o próprio pai naquele momento. Caminhava sorridente, e chegara a cantarolar com o filho. O domingo quase acabava e com ele o momento em que era pai e não empregado. Chegaram em casa já era final começo da noite e a mãe os esperava. Vestido florido, cabelos trançados, os filhos em volta, a barriga aparecendo o próximo. Continuava linda como quando se conheceram na colônia. Moça lutadora. Fora para a cidade com o marido sem questionar, largara a própria família e fora costurar para fora, mesmo cuidando de todos os pequenos. Ele se orgulhava. Como foi meu filho, perguntava ela. Qual foi a surpresa do pai ao perceber que o menino se abria em choro.
- Que foi criança?
O menino, como resposta, apenas tirou do bolso um palito, agora que o pai reparou na calça molhada. Um dos picolés era para que a mãe também pudesse experimentar. Mas da tarde na sorveteria, apenas lembranças do picolé derretido, como o choro no rosto do menino.

domingo, 10 de junho de 2012

Even if loving you coasts all that nights with no sleeping at all. It totally worth smile after crying because of a silly movie. Smiling cause I've got you. The sunshine in a cloudy day.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

No meu tempo é que era bom...

Hoje pela manhã, lendo o jornal Rascunho, me deparei com um texto de Fernando Monteiro, que segundo a wikipédia, cuja qualidade ele tanto critica, é um romancista, poeta e cineasta brasileiro. No infeliz texto, intitulado Sobre Internet, Monteiro tece infindáveis críticas à juventude, à internet, ao público de palestras. Isso me lembrou uma ida ao Parque Barigui quando eu era apenas uma criança, estávamos eu e meu pai lá sentados e ele me diz: No meu tempo as mesas de xadrez estavam cheias aqui, hoje ninguém se interessa por um jogo inteligente. Alguns anos mais tarde está meu pai viciado em jogos de Xbox. Isso de dizer que no meu tempo tudo era melhor é um clichê tão grande que encontrar esse tipo de inclinação num jornal sério como o Rascunho me surpreende.
O autor argumenta que a internet é muito vaga, qualquer dá sua opinião, qualquer um fala sobre tudo e que é muito fácil ser crítico de cinema falando de Almodóvar e Woody Allen. Eu concordo com essa posição em particular, mas é uma infâmia atribuir esse comportamento à internet. Se bem me lembro das aulas de literatura na universidade, durante a inconfidência mineira qualquer um era poeta, se restaram dois ou três bons é porque em toda época se tem mentes brilhantes.
A  internet é uma nova forma de comunicação que causa polêmica, bem como a imprensa tão criticada em sua época por popularizar a literatura que era exclusividade de alguns. Para mim, Fernando Monteiro apenas está ciumento por o crítico hoje não ter tanta importância. Afinal, qualquer um pode formar sua própria crítica. Num texto anterior ao dele, ainda na mesma edição do jornal, Maria Cecília Martirari aponta o grande defeito da maioria dos críticos que é assassinar a literatura, a arte de maneira geral, ao separar essa da leitura e do leitor. A internet e seus blogs, tão criticados por Monteiro, são apenas uma nova imprensa, desafiando o "poder" dos cânones e críticos.
Por fim, há muitos e muitos blogs de qualidade ruim, incluo nesses o meu, mas ao mesmo tempo há diversos blogs de qualidade, muito melhor do que guardar um diário em que se expõe seus ciúmes de uma juventude que promete ser global. Pelo menos na internet há a coragem de se expor a própria opinião.
Fica minha ressalva de que em qualquer tempo há mentes brilhantes, mas que a maioria não o é. Não é porque se pode notar isso claramente na internet que se tem o direito de se julgar todo um meio de comunicação.

quinta-feira, 7 de junho de 2012


 Let's dance in style, let's dance for a while
Heaven can wait we're only watching the skies
Hoping for the best but expecting the worst
Are you going to drop the bomb or not?

Let us die young or let us live forever
We don't have the power but we never say never
Sitting in a sandpit, life is a short trip
The music's for the sad men

Can you imagine when this race is won
Turn our golden faces into the sun
Praising our leaders we're getting in tune
The music's played by the mad men

Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever, or never
Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever young

Some are like water, some are like the heat
Some are a melody and some are the beat
Sooner or later they all will be gone
Why don't they stay young

It's so hard to get old without a cause
I don't want to perish like a fading horse
Youth's like diamonds in the sun
And diamonds are forever

So many adventures couldn't happen today
So many songs we forgot to play
So many dreams swinging out of the blue
We let them come true

Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever, or never
Forever young, I want to be forever young
Do you really want to live forever?
Forever, or never

Eu viveria para sempre ao seu lado. Young or not.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O dia que você chegou

Era uma tarde qualquer e recebi a notícia. Ele tinha chego. Eu não tive dúvidas em sair correndo em ir te ver. Sempre pensei nos caros. Naqueles cheios de frufru que precisam de banho especial, cuidados e remédios. Mas você não. Você chegou assustado e tremia no meu colo como se fosse morrer de frio. E eu te encolhi no braço, te cobri com meu corpo e acalmei seu coraçãozinho disparado. Era tão pequeno e roubou meu coração de primeira. Eu não sei se é assim com todos. Mas eu sou uma dog person e aqueles seus olhinhos pretos molhados me fizeram sentir quase mãe. Cachorro chega e muda tudo. Quem é que fica bravo perto de você? Correndo, lambendo, mordendo, destruindo. Você nunca pára. E nunca deixa a gente parar. Quando alguém briga, quando o clima fica chato. O que acontece? Você vem pulando e tombando meio de lado, derrubando as coisas e batendo com as patonas gordinhas. 
Agora sempre que penso em pracinha, em caminhar, penso em você do lado tentando derrubar. Há tempo que não me sentia que nem criança. Com essa alegria pura assim. Cachorro muda tudo.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Me faltam conflitos sabidos para escrever algo que de fato interesse. São nas horas passadas que se aproximam da aurora que a inquietação me possui. A solidão da hora do sono não preenchida. Fica pior quando há, de fato, pessoas por perto. Quando sou eu apenas, é boa. É a hora dos conflitos aparecerem e me inundarem de humanidade que passa despercebida nos momentos de alegria eterna. É humano sofrer sem motivo. É divino admirar esse sofrimento. Porque é bom sentir. Como quem belisca para acordar de um sonho. É o mesmo sentimento que o amor. É o que te faz vivo e é bom.
Tudo que foi criado aos pares e se completa é para ser assim aos pares. Então, se eu amo tanto durante o dia, sorrio e agradeço por tudo que tenho. Porque não ser tirado o sono para que eu reflita para o que vai além de mim? Quem sabe é assim que despertará, um dia, uma pretensiosa aspirante à escritora. Quem sabe seja algo para crianças, que agora povoam minha mente com risadinhas.
Nossa, isso soou tão esquizofrênico.
Eu estava lendo Jorge Luiz Borges hoje, o cara é um gênio. Fazia muito, muito tempo, que a literatura não me causava o prazer que o conto Undr dele me causou. Foi como viajar na minha inconsciência. Isso de procurar uma palavra que traduza a alma da beleza, ao encontrá-la a morte é bem vinda, pois nada mais será tão belo quanto essa palavra.  É a figura mais linda que já vi. Como mergulhar num oceano quebradiço de diamantes esculturais, as palavras. Gostaria de ter nascido com o dom da poesia. Mas, graças à Deus, esse dom foi dado à alguns. A palavra que encanta. Mistifica. Bagunça. Viaja. E brilha. A palavra de onde tudo veio. 
Eu estudo as Letras, mas no fim as Letras não podem ser estudadas, pois a palavra não se dobra ao homem. A palavra tem vida. E se cria, e se redescobre. E nasce a cada vez que uma criança fala errado por lógica. E a cada vez que o poeta lembra o significado primo da Palavra.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

26/05 /2012, 3:18, engraçado, é o número do primeiro ep de Touch

E quem sou eu, hoje? A menina, moça, meio mulher, que acredita em tudo e desacredita de tudo ao mesmo tempo. Nego  à tudo, assim, aceitando também tudo. Sonho demais, penso em magia demais, relaciono tudo, mas esqueço da realidade. Não posso dormir pois não consigo desligar essa maquininha na minha cabeça. Tantos pensamentos que esqueço menos de três minutos depois. Passando como folhas da grama num campado enorme, enquanto você percorre à 180km/h no carro, com a dor na nuca da ânsia. é assim que vão e vêm esses pensamentos. Dando dor na nuca ou na consciência às vezes, mas às vezes trazendo sorrisos inesperados por uma lembrança que dá arrepio. Como a música que você me deu ontem, Sparks. Engraçada essa expressão, de dar uma música. Mas certas músicas são dadas como um presente, e eu guardo elas mais que os presentes até. Essa fica pra coleção, junto com I will Follow you into the Dark e Heartbreake Warfare. Bem, hoje eu sou a menina desse fluxo de consciência que vem com a madrugada. Que há algumas horas estava pensando em moda, vendo blogs, imaginando casacos e acessórios, depois estava vendo seriado sério, pensando sério. E, no fim, ouvindo Coldplay depois do chá de camomila e lembrando de você. O meu não funciona. Só o seu me faz dormir. O que acontece é que você é que faz dormir. O fato de você levantar e preparar meu chá me faz dormir. Você disse que era só pra você poder os gols do Coxa depois. Mas não era. Porque o cuidado que você me entregou aquela xícara não é de quem faz de mal gosto. É de quem faz com amor, que nem chá de mãe pra gripe, que tem gosto ruim, mas é bom, vem com carinho. Então, eu sou a menina que te ama. Apesar de todas as minhas pseudo depressões das insônias. Da falta do que fazer crônica que me causa sentimentos solitários, porque essa hora todos estão dormindo e eu estou aqui escrevendo, apesar de tudo, isso e muito mais coisas que você sabe o que é. De todos os meus erros que tiveram que contar com a sua paciência. Eu sou apenas a menina que te ama. Sou a filha dos meus pais, que sente saudade como criança, sou a estudante chata que questiona tudo. Mas é você meu horizonte. Você é a única parte da minha vida que atravessa todas as outras. Você está com a filha, com a estudante, com a menina fútil lendo sobre moda, com a menina meio depressiva das madrugadas, com a bobona que gosta de desenhos. Todos os personagens do RPG da minha vida estão relacionados à você. E em nenhum momento eu deixo de ser a menina que te ama. Eu nem comecei a escrever esse texto por causa disso. Mas sempre acaba nisso, no sorriso quando penso nas coisas bobas e nas coisas sérias. Eu ia aqui falar sobre sou a menina que cresceu e entendeu muita coisa, mas acho que o que entendi mesmo foi nós dois e a sintonia. O resto veio de consequência, de brinde.



But on and on
From the moment I wake
To the moment I sleep
I'll be there by your side
Just you try and stop me
I'll be waiting in the line
Just to see if you care

Oh, did you want me to change?
Well I've changed for good
And I want you to know that you'll always get your way
Mas, de agora em diante, eu estarei sempre esperando por você. Ultimamente esses textos só acabam em você né? Virei um grude, Virei uma boba, aquilo que eu tentei mudar em você, pegou em mim. Não muda. Você sempre vai continuar do seu jeito. E eu amo. Não muda.

sábado, 21 de abril de 2012

de salto alto e luz baixa

Eu vim aqui editar meus textos e me deparo com um título não publicado: de salto alto e luz baixa. Título engraçado e eu nem sei o que era que eu pretendia escrever quando dei esse título, mas pode significar muita coisa. Aquilo de experimentar o sapato da mãe escondido quando se tem cinco anos e se sonha em ser uma princesa. Sinonimo de andar de salto, aos cinco anos. Pode ser a primeira festa de 15 anos à que se vai. Com o vestido longo não combinando com a cara de bolacha da idade. E claro, o salto alto. E a luz baixa da primeira dança de verdade com um menino random. Ou a primeira vez que você se entope de maquiagem e vai pra sua primeira noitada. Jurando que é a queen of the night, mas no fundo acha que todo mundo sabe que você só tem 16. A luz baixa disfarça o excesso de maquiagem que na verdade é pra disfarçar a idade. Ou será que é a coisa depressiva do pé te matando quando você está presa num sorriso falso num lugar com uma luz baixa que não te deixa enxergar os olhos de ninguém? Ou será que era o sapato alto rosa, com a sainha azul, no lugar de luz baixa que demos nosso primeiro beijo uns minutos antes de dizer adeus pela primeira vez? Sei lá, pode significar muita coisa, não sei o que era na hora. Mas ter deixado ali foi interessante...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O tempo

Quem foi o safado que inventou o tempo? Quem foi que começou a contar quanto temos que dormir, quando temos de comer, que horas amar? Pois eu prefiro me abster, quando posso, do tempo. Foram dois dias em que descobri que o tempo só traz preocupação. É tarde, ando a pé por ruas um tanto perigosas, centro da cidade, mas eu não trouxe o tempo. Relógio ficou em casa. Sozinha, não há medo, pode ser 7 da noite ou 11. Não importa, se não há tempo, há liberdade, há tranquilidade. Olhar em volta e não ver. Lembrar dos outros sentidos e sinestésicamente perceber o arredor, arrepia a história que contém cada rua, cada esquina de anos. Esse é o tempo que importa, os minutos, esses nada tem. São 6 horas, nós combinamos 5 e meia, e nada. Mas, sem o tempo, eu não sei que está atrasado. Não fico brava. Vê? Quantas vezes o tempo me tirou o humor? Quantas vezes a neurose de olhar os minutos me fez esquecer de olhar teus olhos? O céu e o horizonte... ? Eu quero é liberdade e contar o "tempo" pelas batidas do meu coração, e achar que ele se multiplica em vez de se dividir quando estou do teu lado.
Que dia é hoje? E que hoje é hoje? É o mesmo hoje do dia que chamaram de hoje há mil anos? Não. É o tempo que muda, é o tempo maior, o tempo das mudanças perceptíveis. Os minutos, as horas, esses esquecemos. Mas quando não prestamos atenção, acontecem os momentos, muito diferentes dos minutos. São os momentos que trazem a lembrança. Ninguém vai lembrar que importante foi olhar o relógio

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ego...

Algumas mulheres foram feitas, mas eu gosto de pensar que fui criada, para um propósito especial... rs, início de uma música com nome tão sugestivo e que, na verdade, se refere ou a uma conta bancária ou um pênis uahuahua...
Mesmo assim, a música, só esse comecinho, sobre ser criada me faz sorrir de um jeito malandro, pensando que sim, eu fui. Garoto, eu fui criada para seu ego.

Entenda como quiser

terça-feira, 6 de março de 2012

Ideais, ideológico e idiossincrasia.

No capítulo introdutório do livro Introdução à Análise do Discurso, BRANDÃO (2004) aborda inicialmente uma retomada histórica da linguística, com uma breve referência à escola chomskyana, à saussureana e bakhtiniana, para concluir a fundamentação do surgimento de uma ciência denominada Análise do Discurso. A conclusão desse apanhado teórico é o fato da língua ser dual, tendo tanto seu componente linguístico em si, como fonética e sintaxe, responsáveis pela "mecânica" da língua e o componente ideológico, com influências tanto sociais quanto psicológicas, que determina as escolhas na língua, a formação de sentido, compreensão ou não desses e a adequação dos mesmos na sociedade.
Na sessão nomeada A perspectiva teórica francesa a autora mostra o surgimento da AD como ciência essencialmente interdisciplinas, por tentar analisar a língua de maneira linguística, histórica e psicológica. Como objeto de estudo dessa ciência, citando Maingueneau (1987), a autora propõe os dois componentes formadores da linguagem e passíveis de estudo: a competência específica, isto é, as regras linguísticas; competência ideológica que torna possíveis as significações novas ou o reconhecimento das já conhecidas. Porém, a palavra ideológica empregada como fator chave para delimitação do campo de estudo tem uma história de significação controversa e bem por isso a autora utiliza a próxima sessão para definir o termo através de um apanhado teórico-histórico.
O primeiro conceito em cima da palavra ideologia discutido no capítulo é acerca do sentido atribuído por Marx e Engels, para estes a ideologia seria uma lente através da qual a burguesia imporia à sua visão de mundo distorcida às massas, distorcida pois apesar de ter base na realidade, a ideologia à colocaria de ponta-cabeça, de acordo com os mecanismos necessário para manter o poder da classe dominante. Marcação pessoal, é um conceito que se assemelha ao que chamaríamos de alienação ou manipulação.
Já em Althusser(1970), mesmo mantendo uma interpretação congruente com a ótica marxista pejorativa do termo ideologia, há uma divisão entre essa "ideologia dominante" e uma "ideologia geral" que seria a relação imaginária dos indivíduos com a realidade, isto é, a interpretação consciente ou inconsciente da realidade, a referenciação do homem ao plano material. Assim, apenas através da ideologia é possível exprimir a realidade, pensar, refletir ou referir-se à ela, é a ideologia que faz do indivíduo um sujeito inserido em práticas reguladas pelos aparelhos ideológicos (como a religião, a família, etc).
Em seguida, abordando Ricoeur, Brandão atenta para um sentido anterior ao apontando por Marx como ideologia de classes, seria uma ideologia geral responsável pela integração social do indivíduo. Através desta há a perpetuação de um ato fundador inicial, isto é, o mantimento da força inicial de um ato para transformá-lo num costume, pertinente à necessidade de representar-se de cada grupo social. A ideologia seria também o motivo e a justificativa da práxis social, ou seja, é o que dá razão de ser aos grupos existentes e seus costumes e práticas. Em terceiro lugar, seria sua função formar slogans, simples, que codificassem de maneira racional suas idéias, ou seja, a linguagem é a maior ferramenta ideológica. Em quarto lugar está o fato da ideologia ser inconsciente, ela é uma lente através da qual vemos mas não podemos vê-la diretamente, por isso ela distorce a realidade, voltando ao sentido marxista. E por fim, a ideologia seria responsável por uma inércia, seria um pensamento reacionário, que rejeita o novo e quer manter o que já se é de praxe.
Ainda na teoria de Ricoeur, a autora faz referência à outras duas funções da ideologia, a função de dominação, que busca manter os aspectos estruturais e hierárquicos da sociedade, como o poder governamental, é a ideologia que o legitima, ou a autoridade de um professor em sala de aula. A outra função seria a de deformação, que seria o mesmo adotado por Marx e Engels, de distorcer a realidade de acordo com os interesses de determinada classe, para mantimento do poder ou outros fins.
Concluindo a discussão acerca do tema ideologia, Brandão afirma que ideologia é uma visão do mundo que opera por trás dos pensamentos, da linguagem e das ações, regulamentando-os e ditando-os.

Bruna Dancini

segunda-feira, 5 de março de 2012

What is this fear that comes together with happiness? What is this feelling that nobody deserves to be that happy, that it is a sin to feel free, to be hopeful about a perfect life. You look at the face of your true love and feel afraid that it will be no time enough to be happy forever. What if it ends tomorrow? Our silly life full of commitments, and empty of that simple moments when you are completely sure about what hapiness is. That moment when you hold my hand and I forget all the things. That moments are one in a million of study, work, sleeping, concerns. I wish I could at least dream with our happiness every night, so I could enjoy us a bit more. But in the end, what I can be totally sure is that God forgives us, because our love is much bigger than any sin, than any institution as marriage, or anything, because I know he bless us for the beauty of this feeling.

brudancini

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Reflexões da insônia

Às vezes você senta em frente ao computador e não há nada para ser visto. Não há nada para ser comentado. Há apenas a sensação de que é mais uma metáfora de um mundo que está a sua frente e durante algumas horas de insônia não serve para nada. Ao som de Radiohead você pensa na inutilidade da passagem por aqui se você, de fato, não deixar marca nenhuma. É aí que seus dedos coçam e você pensa que tem algo a dizer para alguém. Pode ser alguém do passado, ou alguém que você nem conheceu, aquela vizinha com a qual você pensou em fazer amizade, mas foi tímida demais pra tentar. Pode ser para um avô que você nunca conheceu, perguntar para ele, se ele pudesse, teria salvo seu pai dos sonhos ruins? Poderia ser alguém do futuro, daqui 40 anos perguntar pro meu filho se estou sendo uma boa mãe, mas ter a resposta agora para poder concertar. Pode até mesmo ser para os pensamentos ruins que não deixam dormir em algumas noites. Perguntar se eles realmente trazem a reflexão, ou se são apenas tormenta. Você poderia dizer que é apenas perguntar para o meu subconsciente, mas não é como se ele andasse me deixando pelo menos sonhar para ter algum sinal.
E você fica lá acordada pensando em idiotices como eu não deveria ter brigado com minha irmã no dia antes do casamento dela ou eu devia ter sido mais amorosa com meu avô enquanto ele estava vivo. Não é como se de fato fosse servir para qualquer coisa, então eu pergunto, cérebro, porque fica me questionando com essas inutilidades, me lembrando da insegurança da infância de menina gordinha, ou da sensação do dia que fiquei sentada na garagem durante a tempestade porque estava assustada demais para ficar dentro da casa sem luz. Que era incrivelmente parecida com a sensação do dia que não passei no vestibular, quando fiquei uma hora e meia sentada no carro na garagem da loja onde minha mãe trabalhava, chorando descontrolavelmente com a primeira derrota que todos puderam ver. Parece que não tive muita sorte com garagens até agora. Falando nelas, teve a vez que sentei na frente da garagem, escondida uma da manhã, quando meu primeiro namorado depois de um ano de terminado só queria se abrir, como se de fato um dia tivéssemos sido amigos. Teve uma vez na garagem, eu tinha três anos e era meu aniversário e eu pisei num prego, eu não me lembro bem, mas lembro da lona preta onde tinha o prego. Acho que eu deveria evitar as garagens, carma ou sei lá, devo ter batido o carro numa outra encarnação e destruído a garagem de um vizinho.
É estranho escrever essas coisas que nem eu mesma admito conscientemente, como se fossem pedacinhos de dor que nem mais fazem parte de mim, eu olho e parece que estive lendo o diário de uma outra pessoa. Crescer é algo incrível, mas a menina boba que enviou uma foto pro menino da quarta série, quando estava na segunda, ainda mora aqui. Ainda tem medo quando as pessoas olham, e medo de escuro, e de ninguém gostar dela porque seu nariz é grande e ela não é a magrinha.
Esse tipo de insegurança é tão bobo, eu sei que já deveriam ter passado, mas quando de fato eu admito? Quando as pessoas se tornam muito próximas eu fujo. Nem acredito que venho tendo um relacionamento de verdade, mas às vezes eu ainda não admito meus medos, o que vão pensar, será que ainda acham que eu sou uma menininha? Será que eles sabem? É engraçado como temos que usar essas máscaras. Têm horas, como aquele beijo na cozinha hoje, em que os fantasmas vão embora e são apenas eu e você, e aí é que eu te amo mais, porque essa eu de agora é perfeita para você, os fantasmas é que ficam dizendo é que ela não é perfeita pra ninguém.
E vai saber quando eles nasceram? Se foi tentando chamar a atenção da mamãe sendo a melhor da classe porque eu era a filha feia? Ou quando as meninas mais velhas me enganaram com a brincadeira do compasso e me falaram que eu pertencia à outra dimensão e que teria que voltar pra lá... e eu acreditei e isso me deixou estranhamente mistica depois de todo aquele tempo? Pode ser também com os bilhetinhos amarelos que nunca foram esclarecidos. Ou quando a Camila da segunda série, minha melhor amiga, foi embora e eu nunca soube porque. Ou quando a Antoniela foi, a Luana, a Nina, a vaca da Bruna, todas essas meninas nas quais confiei e que sumiram. Acho que é por isso que não lido bem com elas agora, digo, amigas. Não aprendi a confiar, muitos fantasmas vieram daí também. Tem os fantasmas da fuga de casa, e da adolescência e toda sua falta de sentido. O nome disso é fluxo de consciência, isso de escrever essas coisas random que estão na minha cabeça. E porque é que meu navegador não quer funcionar e eu não posso abrir o google nem o youtube? Será que ainda não terminei de desabafar? Eu admito todas essas coisas idiotas, e o modo como ainda tenho medo de andar pela casa no escuro, e medo de ficar sozinha, medo de desapontar, medo de ser esquecida ou sei lá todas essas coisas que deveriam ter ficado para traz com a suposta maturidade. Pois é, acho que não lido tão bem com tudo. Mas me sinto tão melhor só por ter escrito qualquer coisa, É a insônia ou a tpm? Ou os fantasmas da noite?

brudancini


segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Essa coisa do dia que você nasceu, coisa e tal

Eu acho que até já tinha escrito algo assim outro dia, sobre não ficar te mostrando postagens e sobre as malditas declaraçõesinhas de amor. E é, seu aniversário e coisa e tal, e é de se esperar que eu fique te bajulando o dia todo, mas cada vez mais eu vejo que é muito mais importante e interessante quando eu te bajulo sem motivo algum, só tenho vontade de te seduzir ou de fazer uma comida boa pra te deixar feliz, ou fico te fazendo carinho durante algum filme de homem pra você se sentir realizado.
Depois de um ano e tanto a gente percebe que tem coisas muito mais importantes que datas, ok, não devemos esquecer delas, mas ano passado nós decidimos comemorar à luz de velas e lingerie toda elaborada, lembra? E foi um desastre, essas coisas só funcionam em filmes. Eu acho muito mais legal pedir pizza e usar sua camisa de pijama e brincar de lutinha até virar algo sensual e ter vontade de te agarrar.
Eu acho que um relacionamento de verdade assim é muito mais do que cartõesinhos em dias especiais. Os dias têm de ser todos especiais, mesmo no dia da TPM do inferno tem o momento em que um de nós dá o braço a torcer e se abraça, esse é muito mais especial do que um eu-te-amo- feliz-aniversário.
Então, não vou mais te dar feliz aniversário, te desejar muitos anos pra conhecer as bobeiras de nós dois é muito mais interessante.

brudancini

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Dormir...

É tão esquisito que antes de dormir vem todo um turbilhão na sua cabeça. Aí eu vivo tendo insônia mesmo morrendo de sono. Eu falo para meu cérebro, cala a boca e pára de falar bobagem. Mas sempre vêm os piores filmes de terror, os piores desencadear de fatos pro dia de amanhã, a sensação de uns quilinhos à mais a percepção da desorganização do quarto. Antes de dormir é que vêm os pesadelos, o sono em si é tranquilo. Porque raios não podemos desligar o cérebro?

e você nem precisa saber

Eu sempre acabo mandando os links das minhas postagens automaticamente pra você e aí escrevo como se estivesse falando, sai tudo como uma declaração besta de amor daquelas de telemensagem ao vivo que a vizinha recebe e você morre de raiva. Você diz que gosta das declarações e até acho que gosta, mas cansa de ler sempre essas coisas parecidas né. Tanto que parei de escrever. Mas tem essas horas que tudo que tem na minha cabeça é um texto mal acabado e sem assunto que é só vontade de colocar palavrinhas juntas e ver se elas parecem com o desenho aquarela da minha cabela, que aliás retrata sempre eu de calcinha e uma camiseta sua fazendo carinho na sua barriga. Até parece que é um cachorro falando assim né? E você me morde e me lambe igualzinho.
Mas do que eu estava falando mesmo? É... de não te mostrar assim o que eu to escrevendo só pra qualquer hora você abrir aqui só por curiosidade e sorrir bobalhão daquele seu jeito Clark Kent. mas que eu sei muito bem que é o Capitão América, até porque a Marvel é muito melhor que a DC, e toca ACDC no homem de ferro o que eu sei que te faz feliz hahaha. Eu sempre acabo mudando de assunto. Agora mesmo você está me irritando na outra janela sobre aquele seu sentimentalismo musical bobo, só porque odeio quando me mostra músicas fora do meu humor musical. Uma hora ou outra vou acabar gostando e você devia é ficar feliz.
Viu? Se fosse te mandar o link você ia se irritar com isso agora. Você é o tipo de cara bobo que fica bravo por besteira e me irrita profundamente. Mas mesmo assim eu te amo, porque afinal eu sou o tipo de guria irritante metida à perfeição e irritabilidade.
Eu só comecei a escrever porque lembrei da sua competição musical interna de saber o nome de todas as músicas que tocam na mundo livre, e que eu tenho ouvido rock clássico só pra aprender a te agradar. Igual quando tento aprender a cortar cebola pequena, ou quando eu vou ler as coisas que você indica só pra te agradar. E às vezes, quando sei que vamos encontrar sua família e seus amigos, eu tento me arrumar e às vezes você fica com ciúme porque é um cego, e não vê que to tentando impressionar pra deixar sua moral lá em cima. Porque né? Você tem que pegar uma menina bacana, porque você é o cara mais legal da rodinha e não quero ninguém dizendo que não te mereço mesmo sabendo que um pouquinho é verdade.
Pois é, fim do texto e o que estou louca pra fazer? Te mostrar. Eu não consigo né?