quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Escrevo como danças...




Escrevo como quem come um bolo de chocolate no lugar do almoço. É para matar a fome, mas é por prazer. Escrevo para matar a angústia, mas ao mesmo tempo me inundo de alegria escrevendo, por mais triste, por mais alegre. As palavras fazem cócegas aos meus dedos até que saem saltitantes. E quando verso? Quando verso elas dançam. Escrever porque? Porque tenho fome de expressão.

Bruna Dancini

Dicas: blogs

VARIEDADES

O Manual do Cafajeste






HUMOR







SOCIEDADE E CULTURA




POESIA



Em breve, mais

Dicas: Livros

Bem, faço Letras mas não indicarei livros como professora, e sim como admiradora de grandes aventuras

- Um certo Capitão Rodrigo - Érico Veríssimo

- O Reverso da Medalha - Sidney Sheldon

- Melancia - Marian Keys

- Orgulho e Preconceito - Jane Austen

- A Menina que Roubava Livros - Markus Zuzak

- O Castelo - Franz Kafka

- Os sofrimentos do Jovem Wrther - Goethe

- Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco

- A Revolução dos Bichos - George Orwell

- Incidente em Antares - Érico Veríssimo

- Silmarillon - J.R.R Tolkien

- O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë

- O último Evangelho - José Saramago

- A Hora da Estrela - Clarice Lispector

Por enquanto é isso, mês que vêm eu mudo a lista

Dicas: Filmes

Não que eu seja lá uma grande crítica, ou uma grande cult para dar dicas de filmes, mas digamos que já tive uma vasta experiência, para quem não viu, indico totalmente:

Animações

- A viagem de Chihiro

- Ponyo: uma amizade que vem do mar

- O Expresso Polar

Comédia-Romântica

- Em seu lugar

- De pernas pro ar

- A garçonete

Romance

- Orgulho e Preconceito

- P.S: eu te amo

- Juno

Ação

- Laranja Mecânica

- Xeque mate

- A profecia

Aventura

- Ponte para Terabitia

- Dorm: o espírito

- O último dos moicanos

Drama

- O menino do pijama listrado

- Vidas Secas

- O pianista

Trocarei as dicas mensalmente, beijos
Eu olhei para trás. Uma última vez, era o fim do velório. Eu olhei para cada um dos rostos, e era como se cada uma das lágrimas estivesse fazendo o caminho luminoso que eu deveria seguir. O momento mais difícil, mais que morrer, que se despedir, é o momento em que eu, sozinha, devia partir. Uma última vez eu acenei para os meus pais. E eu caminhei, como se fosse apenas uma entrada para um cinema, tranquilamente, até onde tantos falavam, seguir a luz. Foi quando a luz invadiu meus olhos por completo. O Sol iluminava meu rosto, invadindo meu quarto por entre as cortinas brancas. Era domingo de manhã, meu estômago roncava, era como se não comesse há semanas. Estivera sonhando como por um ano. Quando levantei, tudo que quis fazer foi abraçar meus pais e dizer o quanto os amava. É incrível como um sonho pode fazer você se sentir. Eu queria sonhar mais vezes assim, pois acordei querendo aproveitar e dar valor a tudo que tenho. Pois, acima de tudo, eu sei que poderia ter sido real.

Bruna Dancini Godk

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eu poderia descrever o rosto e sensação de cada um. Cada aviso. Mas meu tempo estava acabando e eu ainda tinha algo a fazer. Não sei explicar como, porque, mas Deus me mostrara que eu tinha algo a aprender ainda. O atestado de óbito saiu às 9 horas da manhã. Às cinco começou o meu velório. A surpresa era visível em todos. Havia alguns familiares doentes. Quem imaginaria que a moça que ainda nem completara 19 anos morreria? Eu fui pacata na medida do possível, universitária, namorei, ia a igreja. Não, eu não fui um alvo em potencial. Eu não busquei por isso. Mas incrivelmente eu não me sentia mal por ter partido. Mesmo com apenas 19 anos eu tinha feito tudo que devia fazer, eu tinha ensinado amor para quem eu poderia ensinar. Eu tinha aprendido a me amar com todos os meus defeitos. E com isso tinha aprendido a amar aos outros. Todos choraram, porque eu sorria no meu caixão. Eu havia pedido que doassem todos os meus órgãos e depois cremassem. Minha mãe segurava minha mão. E por mais que ela chorasse sem parar, e papai, e minha irmã, e até meu cunhado. Minhas primas... E minha melhor amiga. Ela estava ali sozinha num canto com seu bebê. E chorava silenciosa. Soluçava baixinho para que ninguém visse. Eu fui sua irmã. Eu continuaria dando conselhos de onde quer que eu estivesse. E talvez agora, agora ela escutasse e se entregasse mais ao amor. As horas se passaram, até algumas piadas foram contadas na madrugada. Eu senti mais amor que jamais tinha sentido em vida. Meus pais abraçaram meu namorado. E eu os abracei. Eu sempre fui curiosa, e mais que nunca agora queria partir. Seria duro deixar tudo para trás, mas eles poderiam dizer que dormi em paz. Eu amei e deixei amor. E eu, alma, parti, num último adeus, soprei lírios brancos pelo gramado. Era minha flor favorita e talvez ninguém soubesse. Eu quis dizer que os amava, todos ali. E quando entrei no tunel que me levaria ao próximo nível...
Eu poderia ficar horas, dias, lembrando, ali em seus braços de tudo que tivemos. Mas, essa não é a história da minha vida e sim a história da minha morte. Eu sabia que de uma forma ou outra, eu estava partindo, e não tinha muito tempo. Eu beijei as suas pálpebras. Você sentiu? Estou apenas te olhando assim, tranquilamente pela última vez. Queria ter te mostrado minha coleção e cartões. E ter ido tomar vinho com você. Me desculpe por não cumprir minhas promessas. Eu te disse que seria para sempre, eu te disse que iríamos viajar, você lembra? "I don't wanna loose your love, tonight" é a música que toca no seu celular.Que poderia ser mais irônico do que não querer perder meu amor essa noite? Bem, pelo menos jamais perderá para outro. Você sempre será o que eu permaneci amando. Seus olhos estão cheios de lágrimas e você não consegue falar nada. O celular caiu no chão e você sentou na cama. Sem dizer nada. Não, você não gritaria como mamãe. Nem choraria histéricamente. Você apenas guardaria enquanto seu coração morria comigo. Você olhou a abelhinha que eu deixei para cuidar de você enquanto eu viajava. É, amor, agora fui eu que viajei, e ela vai ficar aí pra cuidar de você. Mas sabe, incrivelmente, com você não consigo pensar em nenhum arrependimento. Todos os dias eu disse e mostrei o quanto eu te amava. E eu sempre soube que com você era o mesmo. Você vai chorar por muito tempo ainda. E ninguém vai entender porque você sumiu da UTFPR. Mas eu sei. Você não aguentaria lembrar de nós em todos os cantos. Você tentaria fingir que está bem e confortar a todos. Mas eu levo comigo o melhor de você...
Lembrei-me quando tive minha primeira paixão. Rabiscando o sobrenome na minha agenda. E achava que era amor. Sentada na ambulância, olhava meu próprio corpo desfalecido. Por um segundo me senti fora de tudo aquilo, esqueci do sofrimentos dos meus pais. Só o que sentia eram borboletas num estômago que nem era mais meu. Eu ri sozinha vendo cenas que poderiam ter sido patéticas, mas eram parte do eu vivi e, ironicamente eu lembrava mais vividamente agora, do que quando realmente estava viva. Me passaram as paixonites pela cabeça, me passaram os namorados. As cenas mais inúteis, e incrivelmente as mais importantes me fugiram. Eu não estava mais na ambulância, eu cheguei ao presente depois da minha breve viagem às lembranças. E eu estava sentada na cama dele, os pés para cima, como costumava fazer todas as tardes. Ele estava deitado, mas acordado. Tivera um pesadelo. É incrível como ela sabia que ele havia sentido. Mas quem é que avisaria o namorado? No meio do sofrimento, meus pais sequer lembrariam. Eu aproveitei seus momentos de tranquilidade, e me aconcheguei em seus braços, debaixo das cobertas, como eu adorava fazer, enquanto pude. Fechei meus olhos e senti a respiração dele se acalmar na minha nuca. Mas quem se arrepiou foi ele. Lembrei do primeiro dia que sentamos numa pracinha e conversamos por horas... Do primeiro filme. Mas as cenas do meio é que chamavam a atenção. O jeito como ele segurava meu rosto entre as mãos enquanto me beijava devagar. Ou quando me tocava devagar. Eu ouvi novamente ele me contar os detalhes desde sua infância. E ninguém ia conhecê-lo como eu conheci. Conheço? Nem conjugar os verbos eu sei mais, passado? Eu nem sei se sou apenas uma lembrança, mas não me sinto partir, é mais como assistir...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Eles pegaram meu corpo e colocaram na ambulância. Eu sempre quis andar numa ambulância. Mas não era tão emocionante agora não é? Mãe, não precisa chorar, eu estou aqui, e não está mais doendo. Ela passa mal. Eu tento abraçá-la, mas ela está muito nervosa, não vai sentir. E é aí que os médicos decidem avisar meu pai. Ele deve estar chegando do trabalho. Morrendo de sono. Ele não vai aguentar. Não, ele não vai mais conseguir ser forte. Ele sempre foi forte por mim. Antes que contem pra ele, eu estou ao lado dele e seguro sua mão. Eu sussurro o que eu dizia todos os dias... pai, eu amo você. Ele pára a moto e Deus visita o coração dele. Deus dá forças para ele continuar de pé, ninguém disse, mas ele já sabia. O celular toca, o coração aperta, e quando ele atende é na língua dos anjos que mamãe diz que eu fui embora. Ele ajoelha-se no acostamento, e grita. Tem um monstro ali. A agonia. Um carro pára e oferece ajuda. Ele não consegue falar, eu peço pra Deus que por favor guarde ele e dê forças. Ele vai pro hospital. Ninguém sabe como ele conseguiu chegar já que as lágrimas cegavam seus olhos. Foi Deus quem levou ele até lá. Ele e mamãe se abraçam, minha irmã está chegando também. Será que alguém ainda tinha algo a me dizer? Será que algum dia eu fiz eles felizes? Mas acho que nenhuma felicidade compensa a infelicidade que preenchia o local. Pai, eu sussurro em seu ouvido. E ele me escuta, a mesma voz que guardou tantas vezes a vida dele, agora deu lugar para que eu falasse. Pai, cuida da mamãe, eu estarei aqui, e estarei bem...
O porteiro chama minha mãe desesperado. Ela estava se arrumando para ir pra academia. Ela grita, ela chora e todos esperariam um desmaio, mas ele ajoelha-se ao meu lado e diz pela primeira vez que me ama. Todos sabiam que ela amava, e principalmente eu, mas ela só disse quando o ar tinha ido embora. Eu estou sentada ao lado dela, e quando toco seu rosto, ela pode sentir. Uma leve brisa. E eu quero chorar, não mãe, não chora, não é sua culpa. Eu sempre soube o quanto você me amava. Ela abraça meu corpo, mas eu não estava mais ali. Eu tentei voltar, quando os médicos deram o choque. Eu tentei. Mas o fio havia se rompido. Não consigo remendar mãe, me desculpe por ter deixado meu guarda-roupa bagunçado. E me desculpe por ter aprontado. E por te fazer chorar, me desculpe se até no fim eu fiz isso. Mas eu sempre soube...
A freada, o primeiro baque surdo, e o barulho inconfundível do corpo ao bater no chão. A bolsa ainda meio aberta, voa o celular, o livro, estava lendo Harry Potter, afinal, eu estava de férias, e já basta ler Machado de Assis durante as aulas. Foram 12 segundos. Entre a batida, a dor das costelas perfurando meu pulmão e o sono tão forte que não resisti a fechar os olhos. Foram os 12 segundos mais longos do mundo. Uma risada estridente, meu pai ainda tinha cabelos pretos, e me agitava no colo. Flash, minha melhor amiga de infância correndo atrás de mim na "rua de traz", meu avô rindo com aquele cheiro de caminhão misturado com colônia. Meu primeiro beijo. Minha festa de 15 anos. O dia que não passei no vestibular. O dia que minha mãe foi pro hospital com um tumor no cérebro. O dia que ela melhorou. O dia que meu pai teve um infarte. O dia que descobrimos que foi alarme falso. O dia em que vi o meu afilhado nascer. O dia que passei no vestibular. 11 segundos... O dia em que ele me deu o primeiro beijo. O ar estava acabando, mas foi o maior segundo do mundo. E só uma lágrima, sozinha, escorreu junto com o último resto de ar dos pulmões perfurados...

A fabulosa história do dia em que eu morri

Era uma vez num reino... muito perto daqui, chamado Curitiba uma jovem donzela, tá, uma adorável moça normal. Ok, essa história não combina com um era uma vez, nem com um reino distante. Essa história é sobre um carro, sangue, e o que vem depois. Todos os dias eu vou pro meu estágio, bem cedo, ainda meio dormindo, o cabelo preso, fios escapando, ventava um pouco, chovia de leve, e eu, atrapalhada como sempre, tentava segurar o guarda-chuva, colocar os fones de ouvido e achar o dinheiro para pagar o ônibus Eu moro na rua principal, e o ônibus passa em frente, não levo nem dois minutos para chegar ao ponto. Dois minutos podem mudar vidas. Dois minutos podem acabar com vidas. E dois segundos também...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Sentada inerte na poltrona no canto do quarto, divaguei sobre inúmeras coisas. O som dos carros passando lá, embaixo da janela, dão a sensação de um falso movimento. Porque no fundo é círculo e eles sempre voltam para o mesmo lugar. O círculo é algo mágico e maldito, ao mesmo tempo. Nas grandes proporções você vê que somos um grande círculo de vida e morte, de expansão e contração. De buracos negros à grandes estrelas. De pó à homem. E é um círculo que não acaba e que não tem início ou fim, assim como todo círculo. O infinito na verdade é um círculo. Não quer dizer que ele nunca pare de aumentar e, sim, que ele vai e volta eternamente. O que quer dizer que sempre podemos recomeçar. Agora você se pergunta, e a parte maldita? É que no fim a linha do círculo é a mesma linha, e por mais que fujamos, tentamos evitar, os erros são sempre os mesmos. Nós aprendemos com eles, sim. Mas muitas vezes eles voltam através de outras pessoas. Tudo que você possa pensar é dualístico. Nenhum mal vem sozinho. Nenhum bem vem sem o seu preço.

brudancini

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quando eu me entrego à leitura, meu mundo muda de cor. As paredes somem e eu tenho liberdade pra ir onde quiser. Mas sabe, não é qualquer livro que te proporciona isso. Alguns livros simplesmente te carregam para outro lugar sem o menor esforço. Pseudo-escritora de crônicas, estudante de Letras, eu, fico aqui imaginando quando é que serei aeroporto de mil viagens para leitores que se maravilharão com as descrições dos lugares mais incríveis da minha cabeça?

Volto pro meu paraíso particular, me dando vento no rosto que não existe. Você diz que estou sentada na cadeira do meu trabalho. Eu te digo que estou viajando, Inglaterra? Seria a Australia? Só eu posso determinar. A magia é minha, basta saber usar.

brudancini

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Um filme de você

Há noites em que o sono me abandona, e as luzes que entram pela cortina do meu quarto começam a formar lembranças, mas, ontem, excepcionalmente, essas imagens não foram flashes de lembrança. Um filme se formou em frente aos meus olhos. E esse filme começou dia 30/10/2010...

O ano de 2010 inteira tinha trazido muita coisa boa, mas também levado grandes pedaços do meu coração. Sem historinhas melodramáticas, cagadas minhas, cagadas alheias. Eu chamo de destino, aquela junção de fatores que te levam até onde você deve estar, no momento em que deve estar. Não foram poucas as batidas de cabeça nos meus relacionamentos. Algumas com galos, outras com cicatrizes, mas todas elas com lições que, até então, eu não havia aprendido como usar. Eu sai, como qualquer uma das mil vezes que fiz esse ano, talvez até com menos ânimo do que o habitual. Mas fui, sozinha. Aniversário de uma amiga, amigos dela. E eu me sentia completamente sozinha, apesar dos conhecidos por perto. Mas se algumas vezes não nos sentíssemos sozinhos, não teríamos o entusiasmo para conhecer pessoas novas. E o destino colocou ao meu lado um rapaz, que não viria a ser qualquer rapaz na história que viria a seguir, no livro da minha vida. Eu puxei papo, ou será que foi ele? Não lembro direito. Ele era amigo de alguém que não me trazia boas impressões, mas entre uma cerveja e outra, pelo menos ele era engraçado. Fui conversando, e conversando, e foram passando horas e minhas amigas notaram e digamos que se movimentaram até demais a favor de que acontecesse algo entre nós ali. Mas se fosse um beijo ali, assim, seria apenas mais um da minha coleção de selos. No último minuto, o carro me esperando lá fora ele me deu um beijo, meio desajeitado, meio envergonhado e meio que fez um sorriso bobo surgir no meu lábio. Depois desse dia eu vi esse rapaz todos os dias. E todos os dias eu não acreditava que tivesse tanta sorte e quase buscava por algo errado, porque não conseguia ver nada. E os meses foram passando, e parecia que eram anos. E nós dois conhecíamos um ao outro como melhores amigos. E fomos conhecendo cada detalhe da boca, e cada arrepio do corpo. Como se fôssemos um só. E, incrivelmente, eu não precisava representar. Era eu, de pijama, de cabelo bagunçado, era eu arrumada e de maquiagem, mas era eu cantando desafinada. E era também eu tendo ataques de riso. E meio sem querer, meio sem palavras, nós não estávamos só ficando. E conhecemos família, e amigos, e viajamos, e tudo isso foi num espaço tão curto de tempo, me tirou o fôlego de tal maneira, que todas as cicatrizes e galos das minhas batidas de cabeça estavam encobertas pela tontura do momento. E ontem uma conversa paralisou tudo. O que rodava ficou parado. E as cicatrizes apareceram, e também os galos mais recentes. E doeu. Doeu como a realidade tem o poder de fazer doer. Uma dor de roxo. Dor de hematoma. E foi uma conversa dura para os dois lados. E os hematomas dele estavam tão a mostra quanto os meus. E fui para a cama como se o sono fosse vir. Como se dormir fosse surtir efeito e foi quando o filme de todos os dias passou pela frente dos meus olhos. E no final do filme, vendo como se não fosse eu, mais uma vez eu me apaixonei por ele. Por ele com todos os seus hematomas. Por ele com toda a nitidez da realidade. E eu lembrei do cheiro do abraço. Do sabor do beijo e a sensação das mordidas. E eu lembrei das conversas sérias. E das conversas brincadas. E eu abracei meu travesseiro e pensei, eu jamais te deixarei partir. E sabe, não é pelo egoísmo de saber que meus dias não teriam graça sem tudo de você por aqui. É por saber que sou a única que traz o melhor de você à tona. E eu sempre vou ser. Não importa se não for pra sempre eu e você. Mas será pra sempre amor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Eu costumo me preocupar, conhecer e analisar as dores de todos. Eu costumo ser o ombro amigo. Eu pergunto se as pessoas estão bem, realmente querendo saber se elas estão. Mas às vezes me pergunto, quem é que faz isso por mim? Às vezes as pessoas tocam feridas suas e em vez de tentar curá-las, elas arrancam a casca da cicatriz, sem perceber que a dor não vem do machucado, vem da mão de quem arrancou.

brudancini
eu odeio usar palavras demais quando tudo que eu queria dizer voce poderia ver nos meus olhos, sem erros de interpretaçao

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Só pode ser mania de mulher

Bater perna , como diz minha mãe. Esse era o dia de bater perna. Redecorando a casa, lojas de bugigangas inúteis e lindas, lojas de móveis, lojas de eletrodomésticos, lojas, lojas, lojas. Mas a estória mesmo foi a loja de cama, mesa e banho. Eu pegava aqueles lençóis de seda como se fossem jóias delicadas, a maciez seduzia minha mão que nem folha de livro novo. E as toalhas fofas, desenhadas, lisas, brancas, rosas, azuis, florais. Aquelas camas enormes com mil travesseiros. Fiquei viajando em um mundo paralelo, e o que vi? Um quarto com uma janela grande, o Sol entrando e iluminando a pele branca de um braço de fora dos lençóis brancos. O braço cobria um corpo, cheio de cabelos espalhados. Era outono, podia ver as folhas de uma árvore secando pela janela. O cheio do amaciante naqueles lençóis misturava-se ao cheio do perfume dele. Mil travesseiros, e a minha cabeça estava no peito dele, por baixo daquele braço forte. É, eu viajo no futuro. E o engraçado é que você está em todas as minhas visões.

Cada vez mais, vejo que sou mais coisa do que gente. Gente que vejo por aí? Que não te dá a mão se você cai. Gente que te empurra pra entrar num ônibus sendo que os dois ficarão de pé. Gente, gente que é multidão de solitários? Ah não, não quero ser gente. Tem toda essa gente bonita que esquece da cabeça, toda essa gente pensante que esquece do carinho, toda essa gente carinhosa que se aliena. Não, pra que ser gente? É pra falar? Só se for pra escrever. Porque de tudo que falamos, é tudo prova que somos gente, essa gente egoísta de toda a gente. Essa gente toda cheia de coisa e com pouco sentimento. Pra que tanta coisa? Quando é que vai começar a se decompor? Não, assim não dá. Eu sou coisa. Coisa que nem cachorro. Cachorro que não tem nada. Mas ajuda, salva, ama, sou tipo cachorro que pensa. Que chora num minuto e dois minutos depois abraça. Sou tipo pinguim, que vive a vida toda por um amor. Sou tipo tartaruga que atravessa o oceano todo pra encontrar os pais. Mas gente, isso não sou!

brudancini

Deitada na cama dele como se fosse sua, shorts largo, cabelo bagunçado, cara limpa. Olhava pra ele com um ar que nem conhecia. Eu apenas o observava. Cada um dos fios bagunçados de seu cabelo. A pele branca e a barba recém-feita que ainda deixava marca. E ria, e ele me jogava da cama como criança, e ria. E era uma criança adulta, era corpo de mulher e riso de menina. Olhos estreitos enrugadinhos de rir. E eu disse que faria uma crônica sobre a pizza, e ele poetizou brincando, fingindo que não sabia de nada, mas as palavras mais bobas dele eram poesia no meu ouvido. Nós poderíamos fazer qualquer coisa inútil do mundo e seria o paraíso. Ficar deitados dormindo ouvindo a chuva. Eu não dormia, sentia o cheiro da sua pele recém banhada. Sonhei acordada. Era eu e você e mais ninguém, e nossa casa. E eu via eu e você brincando para sempre, você me perseguindo pra me jogar no chão e me dar um beijo macio como são só os teus. Quem é você que me tira a rotina mesmo se fizermos a mesma coisa todos os dias? Quem é você colocando tudo que eu nem sabia que estava bagunçado, no lugar que agora parece perfeitamente certo? E eu que descubro, nem sabia o que era alegria antes de rir com seu beijo de bebê sapeca. Que é que a palavra amor diz? Eu acho que não diz nada. Porque bem antes de ouvir essa palavra de você, eu já tinha certeza de que era algo muito maior que acontecia. Tem uma musiquinha de toque macio, tenho sorte por amar meu melhor amigo. Tenho sorte do meu melhor amigo ser o meu amor. E a pizza cadê? Nós dois montando pizza, o estômago roncando, mas quem disse que a fome consegue ser maior que a vontade de te abraçar? Nada pode. E eu fico aqui como se fosse normal esquecer que se tem qualquer coisa da vida além da sua presença. Todos os outros momentos eu estou pensando nela. Vício. Eu bebo do seu álcool como água de garrafinha. Finjo que não é nada, mas lá no fundo eu sei muito bem que são mudanças profundas e que eu devia ter medo, mas assim como tudo, você mudou até meu medo, escondeu onde eu não encontro, como se ao menos tivesse procurado, pff...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

After G day

A: - E aí amiga como foi? Conta tuudo.
B: - Ai, foi a treva, credo, nem te conto.
A: - Nossa, o que aconteceu pra ser tão ruim? O Rodolfo era uma gracinha!
B: - Credo, ele ficou falando de futebol com os amigos dele, nem me deu atenção. Depois fomos pra casa dele e adivinha? Já veio pra cima de mim cheio de dedos! Aí deixei passar, afinal ele era uma gracinha, mas a transa foi péssima e depois ele dormiu como um ogro, fui pra casa de táxi.


Quantas mil vezes já escutei diálogos assim por aí? Eu paro e fico com a minha maior cara de Aristóteles me perguntando, era mesmo o "Rodolfinho" que era a treva? É o tipo de garota que sai com um garoto e os amigos e quer ele só pra ela, toda a atenção do mundo. Provavelmente fica grudada no pescoço dele a noite toda e não dá papo pra ninguém, alias, provavelmente não é nem por má vontade e sim por não ter papo. Aí a garota vai pra casa do guri no primeiro encontro e espera que ele seja o senhor comportado e vá o que? Convidá-la para um jogo de xadrez? Eu acho que nós, mulheres, temos o que procuramos. Por mais que doa admitir, sempre que acabamos com idiotas ao nosso lado, demos chance pra esses idiotas entrarem. Sabe, ninguém é totalmente retardado e ninguém é totalmente perfeito. Se você fosse mais legalsinha, será que ele não ia rir com você na roda de amigos e não de você, quando você virou as costas? Mulher tem mania de reclamar de homem e não faz nada a respeito. Se você só conhece idiotas, ohwait, será que são todos eles que são idiotas ou... ?

Bru Dancini

Sobre delicinhas, menores de idade não leiam esse texto, eu acordei apimentada. Todos os tabus à parte, eu sempre achei que o sexo em si era uma coisa superestimada. Depois da terceira vez você fica meio ah, legal, sexo. A maioria das pessoas esquece a melhor parte disso. O jogo das preliminares. É uma coisa de olhares, de beijos quentes. E os arrepios? Esses matam. Já deu vergonha e você tá lendo isso vermelha. Amor, vai ali no canto, reza três pais nossos e volta aqui. As garotas tem o erro de serem extremos. Ou você é uma santa que fica vermelha ao ouvir a palavra pênis ou você é uma bitch que dá água na boca ouvindo a palavra pênis. E onde é que estão as meninas que se reinventam todo dia com seus namorados? Que brincam, seduzem e, principalmente, seduzem todo dia o mesmo cara. Porque seduzir um cara por noite é fácil. Você joga a make, bota aquele corpete e tá uma delícia. E quando você tem que ser sexy de pijama de bolinha? Ou quando ta com a cara toda manchada porque é uma branquela e passou o dia no Sol da praia? Meu bem, essas são as mágicas. Elas sim sabem brincar. Levar ao céu com um olhar. Meu público que me perdoe, mas hoje acordei apimentada. Enfim, voltando as preliminares (aidelicia) é aí que está toda a magia, principalmente pras mulheres, essa é a hora realmente do prazer. E com medo de parecerem vadias as meninas vão logo pro papai e mamãe e perdem toda a diversão. Se joga linda. Curta sua feminilidade, não tenha vergonha de pedir. De fazer. Se você começou, faz bem feito.

brudancini

Fotinha doce do dia, mas cuidado amores. Eu estou é apimentada

Eu leio frequentemente textos que falam "esqueça o passado", "viva o futuro", e todas essas mensagens cheias de positividade. E eu sento aqui em frente à mesa do meu estágio, na mesmisse de sempre e fico pensando. Se fosse natural do ser humano esquecer o passado nasceríamos só com a memória recente. Assim como se fosse natural ser feliz o tempo todo não teríamos glandulas lacrimais. Mexi no lenço em torno do meu pescoço meio sufocada ao ler que eu mesma vivo perpetuando essas mentiras fofinhas mundo afora. Ai que cheiro de perfume barato que isso tem! Acorda pra vida meu amor. Ninguém esquece o passado. Seja ele de dois anos, dez anos ou dez dias atrás. O máximo que você pode fazer é se acostumar com ele, aprender as lições e aproveitar as farras que passaram. Querer apagar seu passado apaga o que você. Se joga na realidade amiga


brudancini

Eu dormi pensando nele e acordei pensando nele como faço todos os dias. Eu dormi com uma sensação de perda. A maldita da ervilha debaixo dos mil colchões me cutucava com se fosse o monte Fugi por cima de uma folha de papel machê. Eu fingi que não era nada, me escondi por trás do sono enquanto sabia que ele precisava de mim. O que fazer quando sabe que está uma imprestável? Fiquei ali tentando achar coisa que não existia, dar explicação pro que não precisava me enrolei e dormi sabendo que eu tinha baixado o nível da balança da conquista. É, foi ele quem me ensinou, que todos os dias, antes de dormir, ele põe na balança nossos sentimentos, e o objetivo é que todos os dias eles aumentem. Mas eu nunca fui muito boa com balanças e elas sempre me contrariaram. E dessa vez eu acho que baixei a balança dele, porque eu não tinha como tê-lo conquistado. Fui rabiscando coisas na minha mente, ele desabafava como só conseguia comigo e eu não fiz absolutamente nada. Tive raiva, de mim. Tive ódio de quem, antes de mim, sem que eu pudesse evitar, magoou o coração dele, que horas, era meu! Ah, se eu a visse eu não deixaria barato. Só eu mesma tinha o direito de magoá-lo e ninguém mais. E aí eu dormi um sono sem sonhos, agitado, calor, frio, lençóis que me deixavam maluca enquanto se enroscavam pelas minhas pernas. Mas o que se enroscava mesmo era a raiva. Uma angústia. Será que a história de que se a pessoa amada estava mal, você sentia e ficava pior? Se não era verdade, é melhor eu ir pro médico logo, porque aquela sensação surgida do nada é caso de morte. O nome disso é dor de garganta, pensei. Porque minha garganta dói por não poder gritar no ouvido de uma certa vagabunda que ela não tinha o direito de machucar o meu Clark Kent. Mas para você ser a Louis, sempre tem a vagaba da Lana pelo caminho. Fiquei pensando o que é que eu falo pra ele? Como é que curo algo que nem eu curei em mim até hoje. E eu disse para que ele curasse seus traumas em meus braços, mas eu? Imperfeita e desfeita, como é que faço pra ser como ele merece pra esquecer as experiências ruins? Eu como areia sem saber o que dizer, e ela desce pela minha garganta empurrando as palavras que estavam lá. Como é que eu faço pra te ensinar a confiar no amor, se nem eu bem sei direito?


Bruna Dancini

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sabe-se lá porque, eu conto tudo por mais que isso machuque minha alma. Existem alguns assuntos que por mais antigos que sejam, vão sempre machucar você. E os piores são aqueles que foi você que fez. Não, ninguém me magoou. Ninguém me iludiu. Eu, idiota que sou, joguei minha imagem no lixo simplesmente porque não queria que jamais ele descobrisse algum podre meu de qualquer outra boca que não fosse a minha. Por mais que você pudesse duvidar, eu te entregava toda a minha alma, quase chorando olhando para um passado ridículo. Mas, vamos lá. Todos fomos adolescentes. E adolescente rebelde era meu apelido. Tudo que eu tinha pra fazer de errado eu fiz. Mas quem eu sou hoje? Alguém que pode dizer não sabendo do que está falando. Eu sou a mudança que quero ver. Eu bebi, eu fumei, eu dei fiasco. Eu fiquei com idiotas. Eu fiz tudo isso. Fugi de casa, falei besteira. Andei desarrumada. E tudo isso faz parte de quem eu sou agora por que, mesmo querendo, eu não posso apagar quem eu fui, pois se não deixaria de ser quem eu sou. Eu sou a mulher decidida, que sabe o que quer, trilha seus caminhos, segue seus objetivos. Entre uma cagada e outra ela sempre esteve aqui. Afinal, entre uma rebeldia e outra, eu era a melhor da classe. Eu passei no vestibular. Eu fiz o que devia fazer. E aprendi com muita dor a me afastar do que fazia mal. Aprendi deitada no divã a olhar pra dentro e me achar e jamais procurar lá fora.
Eu te assusto. Eu sou uma gama que nem mesmo conheço e ofereço a você como se fosse um chá morno. Mas eu além de todos os erros, sou toda a aprendizagem.
E eu tenho tantas lembranças que já não tem espaço na minha cabeça. Sem espaço, sem jeito conversei com meu coração, mas esse… Esse não tem respeito, disse rindo-se, vai-te embora que pra ti só tenho sentimento. E fui, como quem não quer nada, menina, desamparada. Chorei pra Deus, que não queria esquecer. Tão meigo, com suas doces mãos me envolveu e disse, filha, te dei um presente chamado alma, mas se pores lembranças nela, jamais de lá poderá tirar. Menina boba, menina, sorri. E com aquele sorriso de brilho de amor de orgulho, concordei. E n’alma guardei todos os detalhes dos dias das noites dos sorrisos das lembranças do amor. E agora, agora, menina! Não esqueces jamais, do presente, que te dei. Porque n’alma não te deixo por tristeza e é só amor que guarda em eterna beleza.

Enjôo

Eu estava com vontade de escrever e de escrever coisas que não eram bonitas. Estava vomitando palavras feias, e olhava no espelho e me via verde. Porque estava empilhando papéis e mais papéis sem sentido, com obrigações, com rabiscos, com algumas lágrimas perdidas, com desconforto, tinha até cólica desenhada naqueles papéis. E o cheiro do meu próprio perfume me enjoava. Estava ali sentada, embaixo de todo aquele papel amarelado. Tinham currículos ali, e eram tantos nomes e atributos hipócritas que me faziam dar voltas e voltas e querer jogar tudo fora. E aquela voz enojada de nariz empinado me oferecia o mundo. O mundo. Mundo vazio, cheio de coisas vazias. Coisas vazias cheias de futilidades. E eu, quase virando um deles, vomitava e vomitava palavras. E eram carros, e marcas e baladas e casas, e restaurantes e festas, e famílias e críticas. E eu não parava de rodar, rodar, rodar. Era tudo muito rápido, que opção eu teria de escolha? Então continuava rodando. E no final eu estava ali, sentada na mesa daquele restaurante, com um salto alto que não combinava comigo, com uma cara enojada e uma voz hipócrita. Criticando a sociedade da qual eu acabara de fazer parte. E ria, ria alto, ria de histeria. Ria de pavor. Que nojo. Aquela mão se insinuava na minha direção e eu queria fugir como doida. E aquela boca falava e quase me fazia jogar aquele copo na cabeça dele. Eu estava totalmente perdida, e fazia parte deles. Todos os sábados aquela balada. Todas as sextas aquele restaurante. E todos os domingos aquela família sem sorrisos.

Sai correndo, entre lágrimas e ele achou que era a falta que me fazia. E se sentiu culpado e escreveu textos e cartas e chorou, correu, gritou. E quanto mais ele vinha atrás mais eu achava que não tinha jeito de fugir daquele mundo. Sentia o cheiro daquele mundo em mim. E todos me perguntavam, porque não sai mais? Não te vimos mais lá. E eu ria, histérica, olhos cansados e maquiados.

E mais uma vez entupi meu rosto de máscaras, e meu corpo de muros, e minha voz de escudos, e saí. Sentei entre amigos me sentindo completamente sozinha. Cheia dos meus péssimos sorrisos falsos, dos meus acenos desanimados. E aí, como já não fazia a menor diferença eu dei papo. E virei um copo, e outro. E sorri mais e sem querer deixei cair minhas máscaras. Procuro feito doida por uma delas, debaixo da mesa? É a de menina popular? Não, droga, ela sumiu! E tento disfarçar, mas elas tinham ido embora todas, alguém roubou. Essas máscaras haviam custado tão caro! E foi, sem máscaras mesmo. O alcool me fazia esquecer do perigo que era andar desprotegida. E continuei oferecendo uma dose de mim, e ele bebia como se gostasse da acidez daquele meu riso que nem era o histérico. E bebeu, bebeu, e em vez de secar, quanto mais ele bebia, mais eu era alcoolica e mais eu era vicio. E uma noite não foi suficiente, e quando vi eu tinha deixado o salto em casa, as máscaras tinha perdido. E todas as minhas proteções estavam longe. Não foi por falta de tentativa, procurei, pedi emprestado, não deu certo. Eu estava ali pra ele nua, de cara lavada e cabelo bagunçado. Nem encolhida eu estava. E ele olhava os meus olhos e beijava minha testa. E quem bebia era eu. E me perguntava, onde é que estão suas máscaras? Será que nunca usou? Todo mundo me disse que pra sobreviver você precisava delas, e ele ali, vivo e forte e lindo sem nenhuma. E eu fui me acostumando, e fui entrando, e fui me acolhendo no abraço largo. E fui encostando meu rosto na respiração do seu peito e escutando seu coração. E o verde tinha ido embora. E o enjôo, e meu riso era de verdade e meus abraços eram com vontade de ser uma só. E aquele mundo antigo ficava na porta, chamando, querendo trazer de volta o nojo, como se precisassem de mim. Talvez porque eu nunca tivesse sido dele. Porque eu nunca me entregara eu era um pedaço do que eles não podiam mais ter. Eu era uma flor silvestre plantada num vaso de concreto no meio de Av. Paulista. E ele chegou com um regador, um jarro de ar puro, e me salva todo santo dia. Cada pétala que cai ele guarda. Cada uma que nasce ele acaricia. E eu que sou fraca, ainda me angustio. Mas no fim, sempre no fim, quando o cheiro do ar que ele traz chega até mim eu esqueço e me entrego, porque ele me salva todos os dias.

Bruna Dancini

De mudança?

Bem, não vou ficar aqui me desenrolando em apresentações. Quem deve conhecer já conhece, e quem virá a conhecer verá com o tempo. Serve saber que sou a Bruna Dancini, do tumblr brudancini.tumblr.com e estou aqui vindo pro blogspot porque escrevo muitos textos, que misturados aos outros do tumblr se perdem da minha autoria. Espero leitores? Nem tanto, mas espero muita inspiração.