segunda-feira, 3 de setembro de 2012

“Isaac vira furacão e atinge sul dos EUA” O Estado de São Paulo, 29/08/12.

“Isaac vira furacão e atinge sul dos EUA” O Estado de São Paulo, 29/08/12.

Isaac era um corretor, calmo e pacífico. Sempre com seu encarte de imóveis, vendendo casas por aí. Mas sua mulher, Catrina, o abandonou. A mulher decidiu fazer plástica, renovar o guarda-roupa e de um dia pro outro virou um furacão. Despedaçando o coração de Isaac.
Ele tentou resolver com bebida, tentou a música, mas não tirava Catrina da cabeça. Só havia um jeito. Isaac entrou pra academia. Começou à ler política, ouviu música clássica, comprou um carro. Deixou de ser corretor, decidiu virar Johnny Cash. Isaac virou um furacão. Seguiu os passos de Catrina.
Mas Isaac continuava deprimido. Tão deprimido que virou uma depressão tropical. Nenhum psiquiatra entendia seu estado. A bebedeira não parava. Isaac não tinha jeito. A família, judaica ortodoxa, já não via solução para a ovelha negra.
Eis que então, certo dia, Isaac encontra Catrina. Essa, um furacão apaziguado, nesse dia, lhe repara a aparência bucólica, embriagada. Que passa, se perguntou. Mas tudo já lhe estava claro, só Isaac não sabia.
O que lhe levou a depressão fora o nome que fora imposto.
Para ser um furacão, furacão de verdade, tinha é que ser Hilda, Hilda furacão.
Isaac virou Hilda, colocou peruca ruiva. Usou salto 15. Deixou as unhas crescer. Agora já não é uma depressão tropical.
Agora você pode ver seu show de quarta à domingo na Boite Paradaise. É conhecido como Hilda. É, hoje, um furacão.



Drogas resistem em praça no bairro Portão - Gazeta do Povo

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1292451&tit=Drogas-resistem-em-praca-atras-do-Portao-Cultural


Fonte confiável informa que as drogas continuam resistindo na guerrilha na praça do Portão. Autoridades já tentaram disseminar as delinquentes, mas nenhuma ação foi eficaz!
Heroína é a chefe do grupo de crime organizado. Se intitula justa, diz que só está manifestando pela liberdade alucinógena.
Marijuana, outra militante, é a porta-voz do grupo, com voz tranquila deu entrevista exclusiva para o nosso jornal, segundo ela, tudo ficará na paz, devemos relaxar e aproveitar a maresia.
Intervindo na entrevista, a agitada Cocaína chutou os aparelhos de nossa equipe, por isso estamos com falta de imagens hoje.
Lucy in the Sky with Diamonds, também conhecida apenas como Lucy, perguntou à equipe quando Sininho iria parar de persegui-las.
Não temos nenhuma informação de Sininho, nem de sua perseguição.
Amotinadas num canto, as apelidadas Bala e Docinho batiam as cabeças em caixas de som. Não sabemos ainda a razão, mas acreditamos ser mais uma forma de protesto.
O mais impressionante foi um senhor já idoso, Ópio, reunido à multidão. O senhor, com um tapa olho, barba longa e roupas antigas, assemelha-se a um pirata.
Além de empilhar diversas sacas de trigo, o grupo fez uma fogueira em meio à praça, em torno da qual se é produzido um chá de cogumelos. Todo o lugar está invadido por um cheiro forte, alguém usou um lança-perfume.
Temos de interromper as notícias pois um crack chutou uma pedra em nosso aparelho de filmagem.

A redação.


Literatura, clássicos e imaginação.

Como aluna de Letras, eu deveria estar aqui defendendo os clássicos. Dizendo o quanto eu adoro Dostoieviski, ou Aluísio de Azevedo. O grande problema, é que, apesar de admirar esteticamente os clássicos da literatura mundial, é a imaginação que me prende a um livro. Sim, eu sei, não amadureci literariamente, mas o que posso fazer?
Cada vez que vejo um livro com um quê de magia ou de ficção científica meus olhinhos brilham! Deveria existir um curso de Letras Fantásticas, imaginem que lindo seria...
A verdade é que eu acredito cada vez menos que as pessoas leiam os clássicos por prazer. Talvez para parecer cult, para impressionar em sala de aula, para admirar o trabalho de criação. Eu também faço isso. Mas por prazer eu gosto mesmo é de pegar um livro quase infantil, Sítio do Pica-Pau Amarelo, A Montanha Encantada, O Senhor dos Anéis, Peter Pan... deve ser por isso que tatuei o Peter Pan. Eu não consigo crescer e sair de Neverland. Deve ser por isso que mesmo com meus quase 21 anos na cara, ainda me identifico mais com os adolescentes do que com os super letrados.
O problema é que parecem ser coisas excludentes. E eu estou lutando contra isso. Não é porque posso analisar segundo Bakhtin, que eu precise fazer isso! Eu posso querer apenas aguçar minha imaginação para dormir melhor. Ou mesmo para ser mais capaz de criar.
Não vou dizer que é fácil escrever uma história realista, mas criar um mundo completamente novo e ainda por cima dar valor estético a isso, ah... aí sim é que é trabalho, aliás, nada melhor que Tolkien como exemplo. Mas mesmo Stephen King é ótimo nisso...
Agora estou prestes à começar O Mágico de Oz, o original. E os defensores dos clássicos cults que me perdoem. Mas aposto um pote de Nutella que vou aproveitar mais a leitura do que quando começar Shakespeare.
Abaixo a falsidade literária! Vamos assumir nossos gostos. Quem é que nunca leu algo muito, mas muito, inútil na adolescência? E não foi bom? Se parássemos de julgar o que as pessoas leem, talvez elas lessem mais!
E agora, só parar deixar com vontade, algumas capaz que já te levam para o Reino Perdido do Beleléu...



Ficou com vontade de ler algo que seus professores de literatura te condenariam se vissem? LEIA!
Ps: todas essas capas são de livros lidos e aprovados com o selo Bruna Dancini de felicidade imaginária!