quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cartas em Branco


Há, em minha mente, uma grande folha de papel toda suja de apagar com borracha verde. Eu escrevo e apago o tempo todo, e o título é a unica coisa que eu ainda não alterei. É o maldito título do texto que o DETRAN me pediu para escrever “Eu sou uma pessoa…” e eu não sei a resposta. Eu talvez tenha medo da resposta. Porque eu sou uma pessoa egoísta, egocêntrica, iludida, cheia de dúvidas. Metida. Tenho uma certeza infundada de um talento inexistente. Eu acredito piamente num sucesso que até agora não deu nenhuma mostra de realidade. Corro atrás de sonhos bobos e esqueço deles com uma rapidez incrível. Eu me arrisco e jogo tudo fora. Amasso a bendita folha só pra depois passar horas tentando desamassar o que eu acabei de fazer. Porque é que eu tenho que ficar me perguntando isso todas as noites sem conseguir dormir direito e no outro dia ficar morrendo de sono com a bendita dúvida ainda na cabeça. Sempre que tento desabafar com ele ele pensa que as dúvidas são sobre ele, mas que inferno, eu sei bem o que sinto e sei muito bem que é forte. O que não sei é quem sou eu e se eu mereço que você goste de mim. Quando estou angústiada sou o inferno, como é que aguenta? Eu quero jogar essa folha fora e não precisar enviar a resposta sabe-se lá para quem.

brudancini

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Escrevo como danças...




Escrevo como quem come um bolo de chocolate no lugar do almoço. É para matar a fome, mas é por prazer. Escrevo para matar a angústia, mas ao mesmo tempo me inundo de alegria escrevendo, por mais triste, por mais alegre. As palavras fazem cócegas aos meus dedos até que saem saltitantes. E quando verso? Quando verso elas dançam. Escrever porque? Porque tenho fome de expressão.

Bruna Dancini

Dicas: blogs

VARIEDADES

O Manual do Cafajeste






HUMOR







SOCIEDADE E CULTURA




POESIA



Em breve, mais

Dicas: Livros

Bem, faço Letras mas não indicarei livros como professora, e sim como admiradora de grandes aventuras

- Um certo Capitão Rodrigo - Érico Veríssimo

- O Reverso da Medalha - Sidney Sheldon

- Melancia - Marian Keys

- Orgulho e Preconceito - Jane Austen

- A Menina que Roubava Livros - Markus Zuzak

- O Castelo - Franz Kafka

- Os sofrimentos do Jovem Wrther - Goethe

- Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco

- A Revolução dos Bichos - George Orwell

- Incidente em Antares - Érico Veríssimo

- Silmarillon - J.R.R Tolkien

- O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë

- O último Evangelho - José Saramago

- A Hora da Estrela - Clarice Lispector

Por enquanto é isso, mês que vêm eu mudo a lista

Dicas: Filmes

Não que eu seja lá uma grande crítica, ou uma grande cult para dar dicas de filmes, mas digamos que já tive uma vasta experiência, para quem não viu, indico totalmente:

Animações

- A viagem de Chihiro

- Ponyo: uma amizade que vem do mar

- O Expresso Polar

Comédia-Romântica

- Em seu lugar

- De pernas pro ar

- A garçonete

Romance

- Orgulho e Preconceito

- P.S: eu te amo

- Juno

Ação

- Laranja Mecânica

- Xeque mate

- A profecia

Aventura

- Ponte para Terabitia

- Dorm: o espírito

- O último dos moicanos

Drama

- O menino do pijama listrado

- Vidas Secas

- O pianista

Trocarei as dicas mensalmente, beijos
Eu olhei para trás. Uma última vez, era o fim do velório. Eu olhei para cada um dos rostos, e era como se cada uma das lágrimas estivesse fazendo o caminho luminoso que eu deveria seguir. O momento mais difícil, mais que morrer, que se despedir, é o momento em que eu, sozinha, devia partir. Uma última vez eu acenei para os meus pais. E eu caminhei, como se fosse apenas uma entrada para um cinema, tranquilamente, até onde tantos falavam, seguir a luz. Foi quando a luz invadiu meus olhos por completo. O Sol iluminava meu rosto, invadindo meu quarto por entre as cortinas brancas. Era domingo de manhã, meu estômago roncava, era como se não comesse há semanas. Estivera sonhando como por um ano. Quando levantei, tudo que quis fazer foi abraçar meus pais e dizer o quanto os amava. É incrível como um sonho pode fazer você se sentir. Eu queria sonhar mais vezes assim, pois acordei querendo aproveitar e dar valor a tudo que tenho. Pois, acima de tudo, eu sei que poderia ter sido real.

Bruna Dancini Godk

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Eu poderia descrever o rosto e sensação de cada um. Cada aviso. Mas meu tempo estava acabando e eu ainda tinha algo a fazer. Não sei explicar como, porque, mas Deus me mostrara que eu tinha algo a aprender ainda. O atestado de óbito saiu às 9 horas da manhã. Às cinco começou o meu velório. A surpresa era visível em todos. Havia alguns familiares doentes. Quem imaginaria que a moça que ainda nem completara 19 anos morreria? Eu fui pacata na medida do possível, universitária, namorei, ia a igreja. Não, eu não fui um alvo em potencial. Eu não busquei por isso. Mas incrivelmente eu não me sentia mal por ter partido. Mesmo com apenas 19 anos eu tinha feito tudo que devia fazer, eu tinha ensinado amor para quem eu poderia ensinar. Eu tinha aprendido a me amar com todos os meus defeitos. E com isso tinha aprendido a amar aos outros. Todos choraram, porque eu sorria no meu caixão. Eu havia pedido que doassem todos os meus órgãos e depois cremassem. Minha mãe segurava minha mão. E por mais que ela chorasse sem parar, e papai, e minha irmã, e até meu cunhado. Minhas primas... E minha melhor amiga. Ela estava ali sozinha num canto com seu bebê. E chorava silenciosa. Soluçava baixinho para que ninguém visse. Eu fui sua irmã. Eu continuaria dando conselhos de onde quer que eu estivesse. E talvez agora, agora ela escutasse e se entregasse mais ao amor. As horas se passaram, até algumas piadas foram contadas na madrugada. Eu senti mais amor que jamais tinha sentido em vida. Meus pais abraçaram meu namorado. E eu os abracei. Eu sempre fui curiosa, e mais que nunca agora queria partir. Seria duro deixar tudo para trás, mas eles poderiam dizer que dormi em paz. Eu amei e deixei amor. E eu, alma, parti, num último adeus, soprei lírios brancos pelo gramado. Era minha flor favorita e talvez ninguém soubesse. Eu quis dizer que os amava, todos ali. E quando entrei no tunel que me levaria ao próximo nível...