domingo, 22 de setembro de 2013

Se eu te convido...

Quartos de verdade são bagunçados. Quartos de verdade têm coisas. Que tipo de quarto só tem de coração e não tem livros inacabados. Não tem roupa jogada na poltrona e uma bolsa encostada em algum lugar? Que tipo de quarto não tem papel de bala escondido nos bolsos e bagunças que você não sabe porque ainda não jogou fora? O que é esse glamour decorativo que criaram de quartos que mais parecem hospícios, tão clean, tão organizado.
A minha bagunça é a minha sanidade. A cama está arrumada e é isso que importa para nós, não é? Os lençóis cheiram á shampoo. O edredom é macio. Qual o problema com meus xerox espalhados. Se parar para ler pode ser até que aprenda uma nova essência da vida.
É engraçado como nos espantamos ao irmos para o quarto. Não é pra ter essência de canela e decoração pós-moderna. É pra ter cheiro de mim e decoração de lembranças. Aproveita, eu deixei você até emprestar um livro da prateleira.
Quarto de verdade é bagunçado, mas é isso que atrai. É essa bagunça que tinha sido anunciada pela porta vermelha. Afinal, nenhum de nós quis ficar na sala, quis? Os melhores filmes estão no meu computador, não na tv. A intimidade de verdade está no modo como fui eu que pintei meus móveis de branco. E me senti importante.
No quarto você pode fazer de tudo. Não é só o que estávamos pensando. Também pode ser, mas essa parte do quarto já está resolvida, não é? Eu deixo você abrir meu guarda-roupa e ver minhas camisetas de ficar em casa. Vem, se eu te convido, você pode mexer.

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