quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Da casa da porta vermelha



Mal abri a porta vermelha, e já chegamos na sala. A sala é um ambiente construído. Não é como o resto da casa. Ninguém relaxa numa sala de estar. Estar, que tipo de nome é esse. Você está ali, parado, meio desconfortável. Você pode sentar no sofá, mas cuidado pra não derrubar nada. Na minha sala, o tapete é de ovos. E isso é danado de complicado. Ou você fica com o pé frio de pisar no piso, ou então pisa nos ovos. Eles são encaixadinhos, mas sempre podem quebrar.
Te ofereço uma cadeira, alguma coisa pra beber. Não é como se realmente te oferecesse algo para beber e eu fosse ter o que você pedisse. É só conversa fora, você sabe que é café ou um suco sem graça, de pacotinho.
Ligo a TV e a previsão do tempo. Se fosse um prédio e não uma casa, elevador.
Aí você se sente desconfortável, eu também.
Nota mental, transformar a sala num ateliê.
Mas vem, não desiste, pede pra ir no banheiro, ou conhecer a varanda...

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