sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Vai um café?


Chegando na cozinha, você pode até pensar "Mas que casinha incoerente!". No entanto, enquanto coo um café amargo, o cheiro forte te espanta. Te traz para um realidade tátil. Quando volta teu olhar para a sala de estar, um susto. Se esvaiu, o que vê é a porta vermelha. De fato, uma casa incoerente.
Percebe, que a sala só existe para olhos desapercebidos, mal treinados. Que a porta, na verdade, dá direto na cozinha. A sala era apenas realidade virtual.
Entre utensílios, coisas úteis, quero dizer, nos encontramos numa mesa. Em mesas exponho as cartas da vez. Eu disse que era uma casa de sentimentos. Mas na verdade, eu acho, de sentimentos também se invadem as razões. Que razão terá o fim se não o entremeio dos desesperos?
Quantos biscoitos à fazer antes do café estar pronto de verdade.
Na cozinha, a janela dá para a rua. E na rua os carros levantam poeira, encobrindo o pôr do Sol. Ainda assim, o sentimento é ambíguo. O pôr do Sol está ali, e ele ainda é mágico, ele ainda reflete a porta vermelha. Mas a poeira deve ser vencida, e o café é necessário. Que fiquemos acordados até a hora certa de chegarmos ao quarto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário