terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Só pode ser mania de mulher

Bater perna , como diz minha mãe. Esse era o dia de bater perna. Redecorando a casa, lojas de bugigangas inúteis e lindas, lojas de móveis, lojas de eletrodomésticos, lojas, lojas, lojas. Mas a estória mesmo foi a loja de cama, mesa e banho. Eu pegava aqueles lençóis de seda como se fossem jóias delicadas, a maciez seduzia minha mão que nem folha de livro novo. E as toalhas fofas, desenhadas, lisas, brancas, rosas, azuis, florais. Aquelas camas enormes com mil travesseiros. Fiquei viajando em um mundo paralelo, e o que vi? Um quarto com uma janela grande, o Sol entrando e iluminando a pele branca de um braço de fora dos lençóis brancos. O braço cobria um corpo, cheio de cabelos espalhados. Era outono, podia ver as folhas de uma árvore secando pela janela. O cheio do amaciante naqueles lençóis misturava-se ao cheio do perfume dele. Mil travesseiros, e a minha cabeça estava no peito dele, por baixo daquele braço forte. É, eu viajo no futuro. E o engraçado é que você está em todas as minhas visões.

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