terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cada vez mais, vejo que sou mais coisa do que gente. Gente que vejo por aí? Que não te dá a mão se você cai. Gente que te empurra pra entrar num ônibus sendo que os dois ficarão de pé. Gente, gente que é multidão de solitários? Ah não, não quero ser gente. Tem toda essa gente bonita que esquece da cabeça, toda essa gente pensante que esquece do carinho, toda essa gente carinhosa que se aliena. Não, pra que ser gente? É pra falar? Só se for pra escrever. Porque de tudo que falamos, é tudo prova que somos gente, essa gente egoísta de toda a gente. Essa gente toda cheia de coisa e com pouco sentimento. Pra que tanta coisa? Quando é que vai começar a se decompor? Não, assim não dá. Eu sou coisa. Coisa que nem cachorro. Cachorro que não tem nada. Mas ajuda, salva, ama, sou tipo cachorro que pensa. Que chora num minuto e dois minutos depois abraça. Sou tipo pinguim, que vive a vida toda por um amor. Sou tipo tartaruga que atravessa o oceano todo pra encontrar os pais. Mas gente, isso não sou!

brudancini

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